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Desidratado, DEM tenta contra-ataque no RJ e SP

Partido conversa com Cláudio Castro e Alckmin para 2022, diante da saída iminente de Paes e Rodrigo Garcia, vice de Doria. Presidente nacional da sigla, ACM Neto tenta ainda manter aliado de Malafaia entre seus filiados

BERNARDO MELLO bernardo.mello@infoglobo.com.br

Diante das saídas iminentes do vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, e do prefeito do Rio, Eduardo Paes, o DEM avalia a filiação de seus adversários para as eleições de 2022. Para se contrapor à migração de Garcia para o PSDB, movimento apoiado pelo governador João Doria, o DEM participou de uma sondagem ao ex-governador Geraldo Alckmin, que ficaria sem espaço para encabeçar uma chapa tucana ao Palácio dos Bandeirantes. Ele também já foi procurado por PSB e PSL. No Rio, um dos planos para evitar o esvaziamento da sigla com a desfiliação de Paes e de seu grupo político, que inclui o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia, é atrair o governador Cláudio Castro, barrado no PSD pela ida do prefeito da capital. Aliados do presidente nacional do DEM, ACM Neto, defendem que as alianças estaduais pautem o palanque presidencial do partido. Apesar de afinidades locais com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, uma aliança nacional com o petista é descartada. O PT deve ser o principal adversário de Neto na disputa ao governo da Bahia no ano que vem. Embora uma possível aliança com Castro leve o partido para o palanque do presidente Jair Bolsonaro no Rio, lideranças do DEM insistem na costura de uma chapa presidencial de terceira via, que poderia envolver PDT e até o PSDB. Sem avaliar cenários específicos de Rio e São Paulo, o deputado Efraim Filho (DEM-PB), vice-presidente do DEM e pré-candidato ao Senado, diz que o partido mantém diálogo com vários atores e grupos políticos. — Toda ação gera uma reação, mas é prematuro traçar prognósticos para 2022. O DEM foi o partido que mais cresceu nas eleições municipais. Vamos analisar com calma a transição do país neste ano —afirmou.

As conversas preliminares entre DE Me Alckmin ocorremempara leloàtent ativa de D ori ade frear uma candidaturado ex-governado reamar raro apoio tucano a ono mede seu vice ao governo. Segundo integrantes do DEM, o partido não descarta apoiar o próprio Garcia pelo PSDB, a depender do palanque nacional — por exemplo, com um apoio tucano à candidatura de Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde, hipótese em que Doria abdicaria de disputar as eleições presidenciais. O DEM paulista é comandado pelo grupo do vereador Milton Leite, hoje aliado de Doria e do prefeito da capital, Bruno Covas (PSDB).

DEBANDADA NO RIO

No Rio, a debandada do DEM se desenhou no racha entre Maia e ACM Neto na eleição para a presidência da Câmara neste ano. Após reunir-se com Neto e tentar aparar as arestas na sigla, Paes optou nesta semana por se filiar ao PSD e sinalizou a aliados, em reunião na última quinta-feira, que deseja recebê-los na próxima janela partidária. Além de Maia e seu pai, o vereador Cesar Maia, a migração incluiria a secretária de Assistência Social, Laura Carneiro, que é vereadora licenciada; o presidente da Câmara Municipal, Carlo Caiado; e o secretário de Fazenda, Pedro Paulo. A janela para vereadores só abre em 2024, sob risco de perda de mandato. Maia e Pedro Paulo, por serem deputados federais, podem migrar em abril. Uma saída conjunta deixaria o DEM fluminense acéfalo. Na próxima semana, Neto se reunirá com o deputado federal Sóstenes Cavalcante, aliado do pastor Silas Malafaia, que ameaçou deixar o partido após a criação de um comitê de diversidade vinculado à direção nacional. Sóstenes, que também integra a direção estadual do DEM, é próximo a Bolsonaro e vinha cogitando se filiara partidos aliados do governo federal, assim como Castro, que conversa com PP, PL e PSL. No ano que vem, Sóstenes assumirá o comando da bancada evangélica na Câmara. Embora o deputado seja próximo a Paes e Maia, sua situação no DEM é considerada “contornável” e mais viável em caso de filiação de Castro, devido à afinidade com um palanque bolsonarista. O prefeito do Rio, por outro lado, costura uma chapa de oposição ao presidente. — Meu anúncio de saída se deu por divergência ideológica, na criação deste comitê, e também por questão regimental. Uma ação desse tipo precisa antes passar pelo voto da Executiva Nacional. Imagino que o presidente A CM Net ová tratar deste assunto na reunião comigo —disse Sóstenes. Apesar do aceno a aliados de Bolsonaro no Rio, interlocutores de ACM Neto avaliam que o partido manterá distância do governo federal em outros estados considerados chave, como a Bahia, onde a rejeição ao presidente é alta. Procurado, Neto não quis comentar. O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, afirma que as mudanças no DEM tendem a aproximar as duas siglas. Ciro Gomes (PDT) tenta receber o apoio do DEM em 2022. — Enquanto Doria fecha uma porta ao tirar o Rodrigo Garcia, a relação entre DEM e PDT é agregadora, a começar pela Bahia. Podemos caminhar juntos inclusive em São Paulo —disse Lupi.

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2021-05-08T07:00:00.0000000Z

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