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Preso, Jefferson critica presidente por ‘vício’ em dinheiro público

Dirigente do PTB ataca aproximação do chefe do Executivo com o Centrão

RAYANDERSON GUERRA E EVANDRO ÉBOLI politica@infoglobo.com.br RIO E BRASÍLIA

Em uma carta escrita do complexo penitenciário de Bangu, na Zona Oeste do Rio, o ex-deputado federal Roberto Jefferson criticou o presidente Jair Bolsonaro e um de seus filhos, o senador Flávio (Patriota-RJ) pelo que ele descreve como “vício nas facilidades do dinheiro público”. Jefferson diz que ao se aproximar de figuras do Centrão, como o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o comandante do PL, Valdemar Costa Neto, Bolsonaro cercou-se de “viciados” e, consequentemente, se tornou um deles: “Quem anda com lobo, lobo vira, lobo é. Vide Flávio”.

“O presidente tentou uma convivência impossível entre o bem e o mal. Acreditou nas facilidades do dinheiro público (...) Desfrutou do prazer decorrente do dinheiro público, ganho com facilidade, nunca mais se abdica desse gozo paroxístico que ele proporciona. Bolsonaro cercou-se com viciados em êxtase com dinheiro público; Valdemar, Ciro Nogueira, não voltará aos trilhos da austeridade de comportamento. Quem anda com lobo, lobo vira, lobo é. Vide Flávio”, escreveu.

Jefferson diz ainda que o PTB deve ter candidatura própria no ano que vem e orienta as lideranças do partido a convidarem o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) para disputar a Presidência da República, contra Bolsonaro. “Vamos convidar o Mourão. O PTB terá candidatura própria, quem sabe apoiamos o Bolsonaro no segundo turno”, afirmou o exdeputado, na carta.

Jefferson chegou a convidar o Bolsonaro publicamente para ingressar no PTB por diversas vezes. O presidente deu sinais de que poderia negociar, mas as conversas de filiação não avançaram. Atualmente, Bolsonaro está entre o PL e o PP, dois partidos do Centrão comandados por Valdemar Costa Neto e Ciro Nogueira, respectivamente.

O ex-deputado voltou a defender os atos antidemocráticos de 7 de Setembro, e disse que o presidente “fraquejou” ao não avançar nas demandas do “povo que foi às ruas”. Nos atos, os manifestantes pediam a intervenção militar e a destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Política

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2021-10-28T07:00:00.0000000Z

2021-10-28T07:00:00.0000000Z

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