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Perícia revela mensagens de Mauro Cid sobre conta no exterior

Investigadores extraíram de celular conversas sobre remessas de dinheiro

(Com o g1)

Aperícia que está sendo feita no celular do tenente-coronel Mauro Cid, apreendido pela Polícia Federal (PF) no dia de sua prisão, revelou conversas sobre remessas de dinheiro para fora do país, segundo o g1. As movimentações do exajudante de ordens do expresidente Jair Bolsonarosão consideradas suspeitas pela investigação.

Por meio da perícia feita no telefone de Cid, os investigadores extraíram trocas de mensagem com o suposto operador da conta que seria do tenente-coronel nos Estados Unidos.

No dia da operação, aPF apreendeu US$ 35 mil e R$ 16 mil em espécie na casa do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, de acordo com a colunista Bela Megale, do GLOBO. Convertido, o montante na moeda americana vale atualmente cerca de R$ 175 mil. O dinheiro estava em um cofre na residência do militar, segundo relato de investigadores. Mauro Cid foi preso em sua residência na Vila Militar, em Brasília.

“Esse dinheiro não vem de cueca ou mala, vem de trabalho. É fato conhecido que todo militar que faz missão no exterior tem em seu favor aberta uma conta bancária no Banco do Brasil em Miami. Lá são depositados os soldos, foi comprovado imediatamente. Essa verba sequer poderia ter sido apreendida”, disse o advogado Rodrigo Roca, que representa Mauro Cid, à GloboNews.

Cid foi preso na semana passada em uma operação da PF que investiga a falsificação de cartões de vacinação contra a Covid-19, inclusive de Bolsonaro. O expresidente também foi alvo de buscas na operação.

A suspeita é que o grupo tenha inserido dados falsos de vacinação nos sistemas do Ministério da Saúde, em 2021 e 2022, a fim de gerar certificados de que eles estavam imunizados contra a Covid-19, mesmo sem terem tomado vacina. A fraude serviria para que pudessem entrar em países e locais que exigem comprovante de vacinação.

OUTROS INQUÉRITOS

Preso a partir de em um inquérito que apura infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de vacinação contra a Covid-19 e até corrupção de menores, o tenentecoronel também é investigado por outros crimes. O oficial tem contra si inquéritos por quebra de sigilo funcional e até por lavagem de dinheiro, diante da apreensão do dinheiro em espécie na sua casa.

As investigações contra Cid tiveram início em agosto de 2021, a partir da quebra de sigilo dos dados de seu celular no inquérito que investigava Bolsonaro pelo vazamento de uma investigação da PF. Na ocasião, em meio a uma escalada de ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o então presidente divulgou informações nas redes sociais sobre uma invasão hacker ao sistema da Corte Eleitoral, como uma forma colocar em dúvida a urna eletrônica.

Com os dados contidos na nuvem do telefone de Cid, os investigadores pediram o indiciamento do militar por violação de sigilo funcional, pois ele teria sido o responsável por publicar o conteúdo do inquérito na internet, para que fosse divulgado por Bolsonaro. De acordo com a corporação, ele, “na condição de funcionário público, revelou conteúdo de inquérito policial que deveria permanecer em segredo até o fim das diligências”.

Política

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2023-05-10T07:00:00.0000000Z

2023-05-10T07:00:00.0000000Z

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