Amazon vai demitir mais 9 mil funcionários

Cortes de vagas se somam a outros 18 mil feitos até janeiro e incluem áreas como armazenamento em nuvem e publicidade

AAmazon planeja demitir 9 mil funcionários entre setor corporativo e tecnologia até o fim de abril, informou o CEO da empresa, Andy Jassy, em nota aos empregados. Os cortes de pessoal se somam a outras 18 mil vagas eliminadas no ano passado e em janeiro deste ano.

As novas demissões miram algumas das áreas mais rentáveis da Amazon, que até então tinham sido poupadas, incluindo negócios de armazenamento em nuvem e publicidade. Estes dois segmentos têm margens mais altas do que o varejo da Amazon, de acordo com analistas financeiros.

Jassy escreveu que o planejamento anual focou na racionalização de custos e funcionários: “O princípio central de nosso planejamento anual este ano é ser mais enxuto, mas ao mesmo tempo permitindo investir fortemente nas principais experiências de longo prazo do cliente, que acreditamos que podem melhorar significativamente a vida deles e a Amazon como um todo”.

Ao longo de mais de um ano, Jassy tem buscado cortar custos na Amazon. A companhia criou vagas rapidamente durante a pandemia e tornou prioridade alguns projetos que não tinham um caminho claro para a rentabilidade. Ele voltou atrás na expansão do centro de distribuição e interrompeu o trabalho na fase principal da planejada segunda sede da Amazon perto de Washington.

SÉRIE DE CORTES NO SETOR

A companhia congelou contratações e, em novembro, tinha planos de demitir 10 mil funcionários, um número que foi ampliado para 18 mil em janeiro.

A Amazon tinha 1,54 milhão de profissionais no fim de 2022, queda de 4% em relação ao ano anterior. Mas a maioria recebe por hora e trabalha no centro de distribuição.

A indústria de tecnologia está passando por uma das maiores contrações desde o estouro da bolha no começo dos anos 2000. Quase todas as grandes empresas de tecnologia têm feito cortes. Na semana passada, a Meta, dona do Facebook, anunciou planos de demitir cerca de dez mil empregados, ou cerca de 13% de sua força de trabalho, como parte do que o CEO da empresa, Mark Zuckerberg, chama de “o ano da eficiência”. A companhia já havia demitido 11 mil trabalhadores no ano passado.

Na Amazon, as demissões iniciais no ano passado afetaram funcionários que trabalhavam com a assistente de voz Alexa e dispositivos. Depois os cortes atingiram outras divisões, incluindo equipes de projetos como lojas automatizadas, drones e varejo. Empregados de recursos humanos, particularmente os recrutados, também foram afetados.

Os novos cortes vão mirar também o Twitch, o site de transmissão ao vivo que a Amazon comprou em 2014, e a área de recursos humanos.