Valdemar: PL está ‘pacificado’ no Rio depois da crise

Castro vinha insistindo na retirada de Altineu Côrtes do comando local; deputado permanecerá, mas governador ampliou espaço

Opresidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou ontem que a crise do partido no Rio foi “solucionada” após a reunião que teve na última sexta-feira com o governador Cláudio Castro (PL).

A saída para o imbróglio foi proposta pelo próprio chefe do Executivo, que fez uma sugestão para mudar a composição da legenda no estado e aumentar sua influência no PL local. A agenda reuniu Castro, Valdemar, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o presidente do PL no estado e líder do partido na Câmara dos Deputados, Altineu Cortês.

—Todos os pleitos do governador de mudança no diretório do Rio, depois de entendimento com Altineu Côrtes, Flávio Bolsonaro e comigo, vão ser efetuados —disse Valdemar ao GLOBO, acrescentando que está “tudo pacificado”.

Castro, cuja insatisfação chegou ao ápice no episódio em que uma ala do partido trabalhou contra a candidatura do deputado Rodrigo Bacellar (PL) à presidência da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) —o aliado do governador foi eleito mesmo assim — afirmou que a partir de agora a executiva do PL no Rio será “compartilhada por todos os poderes”.

O representante do governo vai ser o próprio Castro, enquanto o dos deputados federais será Altineu, que segue como presidente da legenda no Rio. Flávio Bolsonaro, por sua vez, representará os senadores, e a André Português caberá a representação dos prefeitos. Bacellar vai atuar como nome dos deputados estaduais, e a deputada federal Soraya Santos vai representar as mulheres. Bruno Bonetti, suplente do senador Romário, representará os quadros históricos do PL.

Castro buscava aumentar sua influência no comando local da legenda e convencer Valdemar a trocar a direção do partido no Rio depois de acumular atritos com Altineu. O governador se considerava desprestigiado desde o racha na eleição à presidência da Alerj, em fevereiro. Na reunião de sexta-feira, o governador abriu mão de insistir na troca do deputado na chefia local da legenda, mas ampliou sua influência sobre o partido no Rio.

—A situação está pacificada. Eu queria uma executiva democrática e com todas as representatividades que o partido tem. A indicação de candidatos a prefeito e os demais temas serão decididos por essa executiva — disse Castro.

Altineu, por sua vez, afirmou que foi encontrada uma “solução pacífica que contemplou a todos”.