Novo piso da enfermagem teria impacto de R$ 13,2 bi

> A elevação do piso salarial de enfermeiros, técnicos de enfermagem e parteiras, que está suspensa, teria um impacto de R$ 13,2 bilhões, de acordo com projeção da LCA Consultores. O estudo pondera que as medidas de compensação propostas são insuficientes para mitigar esse aumento de gastos.

> Segundo o estudo, os novos pisos devem alcançar 887,5 mil trabalhadores. Pela lei suspensa, os enfermeiros receberiam a partir de R$ 4,7 mil; técnicos de enfermagem, no mínimo R$ 3,3 mil; e auxiliares e parteiras,o piso de R$ 2,3 mil.

> A elevação do salário dos técnicos de enfermagem teria o maior impacto: R$ 8,8 bilhões. Já o aumento dos enfermeiros pode ampliar os gastos em R$ 3,4 bilhões e o dos parteiros, em R$ 1 bilhão.

> O setor público teria R$ 3,8 bilhões de gastos extras, com um aumento salarial médio de 20%, o que é visto com preocupação pelos governos regionais. “O impacto para o setor público pressiona o orçamento e afeta especialmente administrações públicas municipais, que concentram a maior parcela de profissionais de enfermagem”, pondera o documento da LCA.

> Já o setor privado, que emprega mais profissionais da saúde, terá um impacto financeiro maior: R$ 5,3 bilhões. “O impacto para o setor privado pode levar as empresas a compensarem por meio de ajustes na quantidade de emprego, nos preços e nas margens, com consequências para a qualidade dos serviços prestados”, alerta a LCA.

> Os novos pisos representam um aumento salarial em torno de 56% para entidades privadas e de 31% para as filantrópicas.

> A consultoria estima que, para compensar os reajustes, o setor privado teria de demitir 164.966 profissionais ou reduzir o número de leitos em 80 mil.

> A conclusão da LCA é que a mudança “coloca em risco o acesso da população brasileira aos serviços de saúde, notadamente nas regiões de maior vulnerabilidade econômica e social”. (Fernanda Trisotto)