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EM BUSCA DA NEUTRALIDADE

Empresas tentam substituir materiais e processos para mitigar impactos ambientais

CARLOS VASCONCELLOS

Osetor privado está cada vez mais envolvido nas iniciativas de mitigação climática. Durante a COP27, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds) lançou um programa com início previsto para janeiro, que tem como objetivo apoiar as empresas na aplicação de metas de neutralidade climática. O movimento fortalece a busca das empresas brasileiras por alternativas produtivas mais sustentáveis.

Isso implica trabalhar com os pequenos e médios fornecedores que compõem suas cadeias produtivas.

É o caso da Nestlé Brasil. A produção nacional de café da empresa, por exemplo, vem 100% de fornecedores que adotam algum tipo de prática regenerativa voltada para o restauro e a conservação das florestas. Hoje, cerca de 1,5 mil produtores integram o Cultivado Com Respeito, considerado o maior programa de sustentabilidade para cafés do mundo.

O esforço inclui também pesquisa e desenvolvimento. A empresa vai investir R$ 300 milhões no lançamento da Dulce Gusto Neo, cafeteira que utiliza cápsulas de papel compostável.

—O tempo de decomposição da cápsula emu macomp oste iraé de apenas seis meses — diz Barbara Sapunar, diretora-executiva de ESG, que explica que a redução dos impactos ambientais também passa pelo redesenho de suas embalagens. —Só trocando o envoltório plástico das embalagens do Nescau Prontinho, por exemplo, eliminamos o descarte de 420 toneladas de plástico por ano.

O movimento de substituiçãode embalagens tem impulsionado segmentos como ode papel e celulose. Francisco Razzolini, diretor de sustentabilidade da Klabin, diz que o material tem sido adotado em diversas cadeias produtivas.

— Além do crescimento da demanda no e-commerce, tem havido crescimento em mercados como embalagens frigoríficas, sabão em pó e bebidas, que buscam o papel cartão como alternativa.

A fabricante de calçados Grendene, por sua vez, otimiza sua produção e processos. Além de redesenhar embalagens para aumentar a eficiência na logística, a empresa utiliza materiais reciclados e desenvolve matérias primas biológicas em suas linhas de produtos.

—Já usamos materiais como casca de arroz, fibra de coco, EVA de cana-de-açúcar e óleos vegetais plastificantes em 38 produtos diferentes — enumera Carlos André Carvalho, gerente de desenvolvimento sustentável da Grendene, que também investe fortemente na mitigação do risco hídrico. — Nossas fábricas utilizam 100% de água de reúso e o consumo médio de água por par de calçado é de 1,5 litro, muito abaixo da média da indústria, que é de 8 a 10 litros.

Especial Cop27

pt-br

2022-11-30T08:00:00.0000000Z

2022-11-30T08:00:00.0000000Z

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