Câmara quer levar sua sede para o Edifício Serrador

Prédio de 23 andares é avaliado em quase R$ 150 milhões; Palácio Pedro Ernesto viraria centro cultural

ACâmara dos Vereadores estuda a compra do icônico Edifício Serrador, na Cinelândia, avaliado em R$ 146,4 milhões, para ser a sua nova sede. A intenção da Mesa Diretora é concentrar em um único prédio as atividades legislativas hoje realizadas em cinco endereços distintos, dos quais três são alugados. Uma comissão criada na Casa analisa as necessidades de adaptações do Serrador, inaugurado como hotel em 1944 e que tem 23 andares, bem como o custo das intervenções, estimadas em R$ 20 milhões.

O relatório deve ficar pronto nos próximos dias e será discutido em plenário. Para que o negócio se concretize, 34 dos 51 vereadores, ou dois terços da Câmara, precisam votar a favor. A Mesa Diretora argumenta que a Câmara, com sede no Palácio Pedro Ernesto, sofre com limitação de espaço. Além disso, afirma que em uma década o novo prédio estaria pago, levando-se em conta o custo com aluguéis e as despesas de manutenção.

Se a negociação for para frente, o plano é que a mudança de endereço ocorra no segundo semestre de 2023. Neste caso, o Palácio Pedro Ernesto seria restaurado, mantendo no espaço algumas atividades, inclusive sessões solenes, além de servir de centro cultural. O prédio anexo, onde estão os gabinetes, seria devolvido para a prefeitura e viraria um residencial dentro do programa Reviver Centro.

Segundo a Mesa Diretora, as alternativas ao Serrador — o Edifício Senado, na Rua Henrique Valadares; a Torre Almirante, na Avenida Almirante Barroso; e os prédio do Teleporto e da Cedae, na Cidade Nova — tinham metro quadrado mais caro ou eram distantes da atual sede. A Câmara pediu consultoria ao Tribunal de Contas do Município , mas a matéria ainda não foi votada. Falta também definir se o prédio seria comprado ou se poderia ser desapropriado pelo Executivo. Vazio desde 2014, quando Eike Batista, então inquilino, entregou o prédio, o Serrador pertence a empresários argentinos.