Em Neverlândia
Fernando Gabeira propõe recuperarmos a faculdade de interagir positivamente com quem pensa diferente de nós. Desse modo, transpor o abismo cognitivo que nos separa em blocos estanques (“Neverlândia, o país do abismo cognitivo”, 27 de novembro). Penso que isso passa por reconhecer que a verdade não é uma só, tampouco se amolda a certezas ou dogmas. Bem antes das fakes, já se notava que “não existem fatos, e sim versões dos fatos”. Já o compositor João Roberto Kelly reafirmou em canção o dito de que “todo boato tem um fundo de verdade”. E se ouvem, ainda hoje, as palavras de São Tomé, o santo que só acreditava vendo. Que diria ele se vivesse hoje — quando é mister duvidar mesmo daquilo que vemos ante a profusão de vídeos e outras mensagens manipuladas por tecnologias à disposição de qualquer pecador? Que fazer, caro Gabeira, para não despencar nesse tal abismo cognitivo?
PATRICIA PORTO DA SILVA
RIO
Rio | Leitores
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2022-11-30T08:00:00.0000000Z
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