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Chile: após acordo com governo, caminhoneiros cessam protestos

Pacto inclui preço do diesel congelado por 4 meses e mais segurança nas estradas

Os caminhoneiros do Chile encerraram um movimento grevista na madrugada de ontem após aceitarem uma proposta do governo que prevê o congelamento por quatro meses do preço do diesel. Também pesou na suspensão da paralisação o compromisso das empresas de transporte de reajustarem os pagamentos dos motoristas de acordo com as variações do preço do combustível. Durante os oito dias de protestos, caminhoneiros fecharam parcialmente algumas rodovias do país, o que afetou o abastecimento em vários centros urbanos e a distribuição de alimentos e se transformou numa queda de braço com o governo do presidente Gabriel Boric.

O acordo alcançado após mais de uma semana de negociações inclui também elaboração de um plano operacional em conjunto com a polícia para melhorar a segurança das estradas do Norte do país, em sete pontos entre as províncias de Arica e Coquimbo.

— Com base no acordo que assinamos, os dirigentes assumem o compromisso de que a greve será suspensa — disse à imprensa o subsecretário do Interior, Manuel Monsalve.

Os caminhoneiros, agrupados na Confederação de Transportadores da Força do Norte e no Agrupamento de Proprietários e Condutores de Caminhões, demandavam inicialmente que o preço dos combustíveis fosse reduzido em 30% por seis meses — algo que poderia custar até US$ 6,5 bilhões (R$ 34,5 bilhões) ao Estado, segundo o governo.

Na semana passada, o governo propôs congelar o preço do diesel por três meses e, após os 90 dias, um ajuste de no máximo 36 pesos por litro (R$ 0,21), para cima ou para baixo. Depois disso, haveria revisões quinzenais, que não passariam de 12 pesos por litro (R$ 0,07). O preço médio do diesel no Chile é equivalente a R $7,01. No Brasil, está a R $6,68.

—Agradecemos a todos os participantes, e dos caminhoneiros de se retirarem dos bloqueios, o que permite a volta da normalidade —disse Juan Sutil, dirigente da Confederação da Produção e Comércio (CPC), que negociou pelo la dodos empresários de transporte.

GATILHO DE REAJUSTE

Monsalve, por sua vez, destacou que o principal ponto que destravou o impasse foi o acordo entre empresários e caminhoneiros sobre os pagamentos de transporte.

— O CPC negociou com os dirigentes e chegaram a um acordo para garantir que, quando o preço do combustível subir, os caminhoneiros de pequeno ou médio porte tenham tarifas justas — disse.

Após anunciar o fim dos bloqueios, Cristián Sandoval, presidente da Força do Norte, disse que “o empresariado deu um grande passo ao nos abrir essa porta” e elogiou as medidas de segurança incluídas no acordo, sobretudo com o estabelecimento de novos estacionamentos e áreas de descanso ao longo da Rota 5, no Norte.

Na semana passada, Boric disse que os bloqueios não tinham “qualquer fundamento” e criticou sua realização quando o país está “em momentos de reativação” da economia.

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2022-11-30T08:00:00.0000000Z

2022-11-30T08:00:00.0000000Z

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