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EDP investe € 24 bilhões em renováveis para impulsionar transição energética

Empresa busca ser 100% verde até 2030 e, no Brasil, vem direcionando investimentos para a expansão do portfólio em geração eólica e solar

Osetor de energia tem concentrado esforços em acelerar a transição para um mundo que não dependa mais de combustíveis fósseis. É o que aponta um estudo global realizado pela empresa de consultoria Deloitte. Essa análise indica que as principais estratégias adotadas pelas organizações envolvem descarbonizar fontes de energia, aumentar a eficiência energética operacional, identificar novas prioridades de investimento, implantar novas tecnologias, gerenciar expectativas de consumidores e shareholders, entre outras.

Disposta a liderar a transição energética, a EDP vem reforçando seus investimentos em fontes renováveis de energia. Trata-se de uma das estratégias centrais da companhia para alcançar o objetivo de zerar o balanço de emissões e tornar-se 100% verde até 2030.

— Nossa estratégia tem como base três pilares: crescimento acelerado e sustentável, excelência em governança ambiental, social e corporativa (ESG) e a evolução como uma organização empoderada, centrada nas pessoas e preparada para as mudanças — explica Miguel Stilwell de Andrade, CEO da EDP.

EIXO ESTRATÉGICO

Até 2025, o plano de negócios da empresa prevê um investimento de € 24 bilhões (o equivalente a cerca de R$ 130 bilhões) em projetos capazes de adicionar 20GW de energia renovável ao portfólio. Até o primeiro semestre de 2022, aproximadamente metade das iniciativas já estava assegurada.

Entre os 29 mercados em que o grupo atua, o Brasil representa a segunda maior operação do grupo e vem se tornando parte fundamental na estratégia de transição energética. Os investimentos no Brasil estão sendo direcionados principalmente aos segmentos de geração de energia renovável, transmissão e distribuição. A meta é investir R$ 18,2 bilhões no país até 2025, sendo R$ 5,7 bilhões em geração de energia solar, segmento em que o Brasil tem se destacado. O país recebe em torno de 2.200 horas anuais de irradiação solar. A menor incidente no território nacional (1.500Wh/m2) é comparável à maior de países europeus, como a Alemanha (1.250Wh/m2).

Entre os projetos em andamento no Brasil, dois se destacam. Em março de 2022, a EDP anunciou a usina solar Novo Oriente, em Ilha Solteira (SP), com capacidade de 254MWac. O projeto já está outorgado e possui um contrato de compra e venda de energia (PPA, na sigla em inglês) de 120MWac. Já a usina solar Monte Verde abrange três municípios do Rio Grande do Norte — Pedro Avelino, Lajes e Jandaíra. O empreendimento terá capacidade instalada de 209MWac. A previsão é que as duas usinas entrem em operação em 2024, e o objetivo da EDP é continuar anunciando a construção de duas usinas solares de grande porte no país por ano até 2025.

Ainda no que se refere à energia solar em larga escala, a empresa inaugurou em 2021 o Complexo Solar Pereira Barreto, o maior parque solar do estado de São Paulo. Com 203MWac de capacidade instalada, o complexo produz energia suficiente para abastecer uma cidade com cerca de 750 mil habitantes.

— A energia solar vem ganhando cada vez mais espaço em nossa estratégia. Como um dos maiores grupos de energia do mundo, sabemos que temos um papel fundamental na transição energética e que há espaço para crescer, principalmente no Brasil, onde há abundância de recursos naturais para a geração de energia renovável e alta demanda por desenvolvimento — aponta o CEO.

INFRAESTRUTURA E INOVAÇÃO

Nesse contexto, não apenas a geração, mas a transmissão também ganha importância na estratégia da companhia. A fim de suportar o aumento das fontes renováveis na matriz energética brasileira, desde 2017, o grupo já investiu R$ 4,6 bilhões em obras de modernização e novos projetos de transmissão de energia, somando 2.616 quilômetros de linhas em seu portfólio.

Globalmente, a companhia também olha para novas possibilidades tecnológicas, que podem ganhar escala graças aos investimentos em inovação. Elas incluem o hidrogênio verde, o armazenamento, a tecnologia offshore e as soluções de energia descentralizada. No Brasil, a EDP atua para implantar no Ceará, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), até o fim deste ano a primeira usina de hidrogênio verde do estado, onde será produzida também a primeira molécula de hidrogênio verde do país.

Trata-se de um projeto de pesquisa e desenvolvimento, com investimento de R$ 41,9 milhões, que prevê a geração de hidrogênio verde a partir de uma planta de eletrólise, de 1,25 megawatts (MW), que será alimentada por uma usina fotovoltaica de capacidade instalada de 3MW.

O hidrogênio verde é uma alternativa limpa aos combustíveis fósseis, e a realização desse projeto vem possibilitando a geração de conhecimento sobre o tema, considerando a vasta cadeia produtiva e de aplicação desse combustível.

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2022-11-30T08:00:00.0000000Z

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