Infoglobo

Entre os legados deixados, a luta contra violações dos direitos humanos

Gilson Dipp

Gaúcho de Passo Fundo, o ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Gilson Dipp formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 1968 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em 1989, Dipp tomou posse como juiz do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Corte que presidiu entre 1993 e 1995.

O magistrado integrou por 16 anos o STJ, onde ocupou as cadeiras de presidente da Quinta Turma e de vice-presidente da Corte, assim como do Conselho da Justiça Federal (CJF). Também foi membro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre 2011 e 2013. Dipp atuou ainda como corregedor nacional de Justiça.

Um dos cargos de maior destaque ocupados por Dipp foi o de coordenador da Comissão Nacional da Verdade (CNV). Instalado em 2012 pelo governo de Dilma Rousseff (PT), o colegiado teve amissão de investigar violações aos direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988, período que inclui a ditadura militar.

Em 2019, em meio a uma polêmica criada pelo presidente Jair Bolsonaro , que classificou os documentos produzidos pela Comissão Nacional da Verdade de “balela”, Dipp lembrou que o trabalho desenvolvido pelo grupo era assunto de Estado, não de governo.

“A Comissão Nacional da Verdade foi criada após amplo debate, coma participação de diversos atores da sociedade, inclusive das Forças Armadas”, disseDipp, na ocasião, ao jornal Valor Econômico.

Após se aposentar, Dipp passou a atuar na advocacia e manteve um escritório em Brasília. Nesse período, advogou para políticos que tiveram problemas coma Justiça, como o ex-senador petista Delcídi odo Amaral, investigado durante a Operação Lava-Jato.

Gilson Dipp morreu na última segunda-feira, aos 78 anos. A causa da morte não foi divulgada pela família. Dipp era casado e deixa três filhos.

Política

pt-br

2022-11-30T08:00:00.0000000Z

2022-11-30T08:00:00.0000000Z

https://infoglobo.pressreader.com/article/281767043242376

Infoglobo Conumicacao e Participacoes S.A.