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México: inquérito sobre massacre põe foco no Exército

Tentativa de López Obrador de esclarecer chacina de estudantes e fortalecer estratégia de segurança esbarra em denúncias

Novas revelações sobre o papel dos militares mexicanos em um dos massacres mais horríveis do país nas últimas décadas estão complicando a tentativa do presidente Andrés Manuel Ló pez Obradordepôr o Exército no centro de sua estratégia de segurança. Uma comissão da verdade estabelecida pelo presidente afirmou no mês passado que um coronel do Exército ordenou o assassinato de seis dos 43 estudantes desaparecidos em 2014. Então, na semana passada, documentos vazados à imprensa descreviam detalhes macabros de como um grupo criminoso tentou se livrar dos corpos, sugerindo que as tropas ajudaram a esconder alguns de seus restos mortais.

Oito anos depois que os alunos da escola normal de Ayotzinapa desapareceram, as novas revelações abalaram a nação e levaram a protestos no México dias atrás.

López Obrador se esforça para achar um equilíbrio entre cumprir a promessa de desenterrar a verdade do caso sem desacreditar o Exército, aliado-chavecujopapeleleexpandiuparaconstruiramaioriade seus principais projetos de infraestrutura e assumir o comando de alfândegas e portos.

— Há, na investigação, cinco militares, no topo da hierarquia —disse ele na semana passada, referindo-se à prisão de um general reformado. —Isso não mancha os militares. Toda a instituição não é responsável.

O presidente ficou ainda mais defensivo depois que o jornal El País informou que a Procuradoria Geral retirou os mandados de prisão para 21 dos 83 suspeitos supostamente envolvidos nos desaparecimentos, com 16 dos pedidos cancelados destinados a militares. No dia seguinte, o promotor especial docas o renunciou. O Centro de Direitos Humanos Miguel Agustín Pro Juárez disse em comunicado que esses eventos suscitaram“extrema preocupação” coma justiça para os estudantes.

Para os críticos, sua renúncia, junto com a retirada dos mandados de prisão, deu a impressão de que o governo estava tentando impedir que toda a extensão do envolvimento militar no caso viesse à tona.

— Este episódio pode ter só um impacto marginal na aprovação do Exército pelo público. Mas, a longo prazo, como o presidente continua atribuindo aos militares novas funções que não correspondem a eles, isso pode afetar seus níveis de aprovação —disse Javier Martin Reyes, da Universidade Nacional Autônoma do México.

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2022-10-03T07:00:00.0000000Z

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