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COM MORO E DELTAN, LAVA-JATO GANHA ESPAÇO NO CONGRESSO

ANDRÉ RODRIGUES/07-08-2019

Oex-juiz da LavaJato Sergio Moro (União Brasil) venceu sua primeira disputa eleitoral pela corrida ao Senado pelo Paraná. Com apenas uma cadeira disponível neste ano, o ex-ministro desbancou o seu ex-aliado, o senador Alvaro Dias (Podemos), que aparecia em primeiro lugar nas pesquisas e terminou na terceira colocação, encerrando uma sequência de 24 anos de mandato na Congresso. Com 98,93% das urnas apuradas no Paraná, Moro tinha 33,58% dos votos, na frente de Paulo Martins (PL), com 29,14%, e Alvaro Dias, com 23,88%.

A mulher de Moro, Rosângla Moro, também foi eleita, mas deputada federal, por São Paulo. À noite, o ex-juiz foi ao Twitter celebrar a vitória do casal: “Grande vitória. Vencemos todo o sistema político contra nós. Poucos aliados políticos, mas valorosos. Vencemos o PT no Paraná. Minha esposa @rosangelamorosp eleita deputada federal em SP. Muito obrigado. O Paraná e o Brasil terão um senador forte e independente em Brasília. Iniciada em março de 2014, conjunto de investigações contra a corrupção já levou à prisão desde empresários a políticos, incluindo dois ex-presidentes da República”.

A Lava-Jato elegeu ainda outro representante no Paraná. Deltan Dallagnol foi o deputado federal mais votado do estado: com 99,91% das urnas apuradas, ele tinha 344.881 votos. Nas redes, ele associou a sua vitória a um renascimento da operação: “Obrigado, Deus, obrigado, Paraná. Hoje, a Lava Jato renasceu como uma fênix, mas não das cinzas, e sim dos corações dos mais de 340 mil paranaenses, que mostraram a força de sua integridade, honestidade e não desistiram de um país mais justo, mais próspero e melhor.”

Vencer a disputa ao Senado reverte uma série de derrotas acumuladas por Moro desde que deixou a magistratura, em 2018, e aceitou assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro. Moro ficou pouco mais de um ano na pasta, que deixou em abril de 2020, acusando Bolsonaro de ter tentado interferir indevidamente na atuação da Polícia Federal. A saída do governo fez com que Moro se tornasse persona non grata para o bolsonarismo. Após romper com Bolsonaro, o ex-juiz passou cerca de um ano nos Estados Unidos, contratado pela consultoria Alvarez & Marsal, e retornou ao Brasil com planos de articular uma candidatura presidencial dentro da chamada terceira via, como contraponto ao atual presidente e também ao ex-presidente Lula (PT).

NOVA ROTA

Moro se filiou ao Podemos, mas optou por migrar para o União Brasil, de olho em maior estrutura e volume de recursos para a empreitada presidencial, mas caciques não desejavam se opor a Lula nem a Bolsonaro. Sem espaço, tentou articular uma candidatura ao Senado por São Paulo, mas também não obteve apoio do partido. A mudança de seu domicílio eleitoral também foi contestada pelo PT, e Moro se viu forçado a recalcular a rota para concorrer no Paraná.

“Vencemos todo o sistema político contra nós. Poucos aliados políticos, mas valorosos” _

Sergio Moro, senador eleito, no Twitter

Política

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2022-10-03T07:00:00.0000000Z

2022-10-03T07:00:00.0000000Z

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