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Uma vitória avassaladora

BERENICE SEARA berenice@extra.inf.br

Ogovernador Cláudio Castro (PL) foi reeleito ontem com quase cinco milhões de votos, conquistados com o apoio dos mais de 1.600 candidatos a deputado de sua coligação, impulsionado pelas obras realizadas (e prometidas) com base nos mais de R$ 2 bilhões da concessão da Cedae e a gigantesca máquina do estado. Literalmente, uma vitória de milhões.

O arcabouço da mais bem administrada campanha eleitoral do Rio —com muito crédito para a experiente direção do PL —também pode ser provada pelo tamanho das bancadas.

Com Castro e Jair Bolsonaro, o partido elegeu 11 deputados federais (o mesmo tamanho da vitória conquistada pelo então partido do presidente em 2018). Já a Assembleia Legislativa vai receber o espantoso total de 17 deputados do PL.

Tamanha vantagem, que Castro desfrutou durante todos os 45 dias de campanha, começou a ser construída dois anos antes do início da disputa eleitoral.

Vice que foi promovido a governador após o impeachment de Wilson Witzel, o candidato do PL chegou ao posto de comando do Palácio Guanabara graças a uma grande aliança entre os partidos na Assembleia. Esse acordão foi reproduzido, e só burilado, no caminho para as urnas.

Castro até enfrentou turbulências no caminho —o escândalo do Ceperj e a prisão do seu secretário de Polícia Civil, delegado Allan Turnowski, entre elas. Mas nada que tirasse o avião (cargueiro) governista do rumo.

E, para melhorar o seu desempenho, ainda enfrentou adversários de centavos.

As mudanças de tom de Marcelo Freixo (PSB) na campanha deixaram perdido o rival que oferecia mais riscos ao projeto de reeleição. Freixo ficou no caminho entre o passado psolista e o hoje bem comportado companheiro de chapa do moderado exprefeito Cesar Maia.

Perdeu o brilho contestador. Modulou tanto o discurso ao centro, que chegou a negar teses que tinham virado a sua marca, como a defesa da legalização das drogas.

Freixo se inspirou em Lula para moderar a imagem —mas faltou o carisma do presidenciável. A esquerda estranhou o seu candidato. Não aconteceu a onda de apoio que Freixo esperava nas ruas, nem a adesão em massa dos “moderados esclarecidos”.

O novo candidato de centro-esquerda nem sequer ameaçou a tão decantada direita —que não precisou fazer muito esforço para manter a dianteira conquistada e estruturada ao longo dos últimos quatro anos.

Política

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2022-10-03T07:00:00.0000000Z

2022-10-03T07:00:00.0000000Z

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