Apesar das filas, Moraes vê ‘votação harmoniosa’

Eleição transcorre sem incidentes graves. Alvo de campanha de descrédito, urnas eletrônicas se mostram eficazes mais uma vez

Numa eleição marcada por uma campanha de descrédito do sistema de votação brasileirosemprecedentesliderada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), as urnas eletrônicas se mostraram mais uma vez eficazes para captar e contabilizarosvotosempoucotempo. Por volta de 21h, os principais resultados do país já eram conhecidos a partir dos dados totalizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em todo o país foram registrados incidentes pontuais, mas nada que pudesse colocar em dúvida a lisura do pleito. No entanto, houve longas filas em muitas cidades, com espera de até quatro horas para votar, o que levou o TSE a estender o período de votação para contemplar os que chegaram às seções até as 17h.

ELEITOR QUEBRA URNA EM GO

O presidente do TSE, ministro AlexandredeMoraes,atribuiu as filas ao maior comparecimento dos eleitores. Ele afirmou que não é possível culpar a biometria porque em algumas zonas eleitorais foi verificado menor abstenção que a média de outras eleições. Na tarde de ontem, faltando pouco mais de duas horas para o horário oficial de fechamento das urnas, ele comemorou o que classificou como uma “votação realizada de maneira tranquila e harmoniosa”, com intercorrências comuns a todas as eleições, como a substituição de urnas com defeito.

—Se pudermos afirmar que houve alguns vencedores neste dia, eu diria que são dois. Primeiro, a sociedade brasileira, que demonstrou novamente maturidade, consciência e tranquilidade. E o segundo é a Justiça Eleitoral, que mostrou competência, agilidade, seriedade e transparência —afirmou Moraes em seu balanço final, à noite.

Saíram desse padrão episódios isolados de agressividade, como flagrantes de embates entre petistas e bolsonaristas nas proximidades de seções eleitorais compartilhados nas redes sociais. Em todo o país, o Ministério da Justiça contabilizou mais de 900 ocorrências de crimes eleitorais, como propaganda boca de urna, violação do sigilo do voto, transporte irregular de eleitores e compra de votos.

Em Goiânia, um eleitor foi preso em flagrante após quebrar uma urna eletrônica a pauladas. Vestindo uma camisa com estampa camuflada, ele foi votar no Colégio Master, no bairro Novo Horizonte, na capital goiana. Na cabine de votação, tirou um pedaço de madeira escondido na calça jeans e começou a golpear o aparelho. A urna foi substituída.SegundoaPolíciaMilitar,o homem aparentava ter problemas psicológicos.