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SURFANDO A ONDA

EX-MINISTROS E ALIADOS DO PRESIDENTE PREDOMINAM

LUÍSA MARZULLO E BERNARDO MELLO politica@oglobo.com.br

Emtodoopaís,aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) tiveram bom desempenho nas urnas e garantiram as vagas disputadas, em muitos casos surpreendendo e ultrapassando adversários que apareciam mais bem colocados nas pesquisas de intenção de votos. Entre eles estão vários ex-ministros.

Ricardo Salles (PL-SP) foi um dos que se beneficiaram do fato de contar com Bolsonaro como cabo eleitoral: o ex-ministro do Meio Ambiente foi um dos deputados federais mais votados em São Paulo. Durante o período em que participou do governo,

Salles se tornou alvo da Polícia Federal por suspeita de favorecimento de madeireiros.

A ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos de Bolsonaro, Damares Alves (Republicanos), foi eleita com uma diferença de quase 300 mil votos sobre a ex-ministra Flávia Arruda (PL), que esteve à frente da Secretaria de Governo. Embora oficialmente o presidente apoiasse Flávia, também demonstrou simpatia pela candidatura de Damares, que contou com o apoio da primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Candidato ao Senado pelo Rio Grande do Norte, Rogério Marinho (PL), ex-ministro do Desenvolvimento Regional e secretário especial da Previdência no governo de Bolsonaro, também conquistou a vaga. O mesmo aconteceu com a ex-ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Tereza Cristina (PP), eleita senadora no Mato Grosso do Sul, numa disputa com Luiz Henrique Mandetta (União Brasil), ex-ministro da Saúde que rompeu com Bolsonaro por divergências na resposta à pandemia.

No Rio de Janeiro, o general Eduardo Pazuello (PL), também ex-ministro da Saúde de Bolsonaro, foi o segundo deputado federal mais votado.

NoRioGrandedoSul,Onyx Lorenzoni, ex-ministro da Casa Civil e da Cidadania, vai disputar o cargo de governador, no segundo turno, com o exgovernador Eduardo Leite (PSDB), que aparecia à frente nas pesquisas. No mesmo estado, o atual vice-presidente, Hamilton Mourão (Republicanos), foi eleito senador, ultrapassando o petista Olívio Dutra, que era o favorito, segundo as pesquisas.

REVIRAVOLTAS

Em São Paulo, enquanto o exministro Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) surpreendeu, terminando à frente de Fernando Haddad (PT) na corrida ao governo, outro ex-ministro de Bolsonaro, Marcos Pontes (PL), venceu a corrida ao Senado. Pontes superou o candidato apoiado por Lula, Márcio França (PSB), que aparecia em primeiro nas pesquisas.

O ex-secretário especial de Cultura Mário Frias (PL) foi outro nome do partido do presidente eleito deputado federal, por São Paulo.

Uma das principais reviravoltasocorreunoMatoGrosso do Sul, onde o Capitão Contar (PRTB), que concorre a governador e aparecia com 17% dos votosválidosnavésperadoprimeiro turno, segundo pesquisa Ipec, apareceu na liderança ao fim da apuração, com 26,7%. Ele vai disputar o segundo turno com Eduardo Riedel (PSDB), que tinha aliança com o PL de Bolsonaro e, após aparecer com 18% na pesquisa Ipec da véspera, terminou a apuração com mais de 25% dos votos válidos. No último debate presidencial, na TVGlobo,naquinta-feira,Bolsonaro pediu pela primeira vez voto para Contar.

No Espírito Santo, o crescimento de candidatos bolsonaristas mexeu com as disputas ao governo e ao Senado. O governador Renato Casagrande (PSB) aparecia com 59% dos votos válidos na véspera da eleição, mas terminou a apuração com 46,9%. Aliado de Bolsonaro, Carlos Manato (PL), que tinha 25% na última pesquisa, registrou 38% dos votos válidos nas urnas. Para o Senado, o bolsonarista Magno Malta (PL) desbancou a senadora Rose de Freitas (MDB), aliada de Casagrande.

NoDistritoFederalenoRio, os governadores Ibaneis Rocha (MDB) e Cláudio Castro (PL), que tinham o apoio de Bolsonaro, conseguiram se reeleger já no primeiro turno.

Em Santa Catarina, o bolsonarista Jorge Seif (PL) se elegeu ao Senado, ultrapassando Raimundo Colombo (PSD). Houve reviravoltas para o Senado em Rondônia e no Sergipe. No estado da região Norte, Jaime Bagatolli (PL) aparecia na quarta colocação na última pesquisa Ipec, divulgada na quinta-feira. Na eleição sergipana, Laércio Oliveira (PP), que declarou apoio a Bolsonaro em diferentes momentos da campanha, tinha 21% dos votos válidos na última pesquisaantesdoprimeiroturno, e se elegeu com 28,4%.

Deputados também foram beneficiados. Em Minas, Nikolas Ferreira (PL) foi o deputado federal mais votado, com mais de um milhão de votos à frente de André Janones (Avante), que desistiu de disputar a Presidência para apoiar Lula. Em Alagoas, Arthur Lira (PP), presidente da Câmara, conquistou o quarto mandato consecutivo de deputado federal.

Política

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2022-10-03T07:00:00.0000000Z

2022-10-03T07:00:00.0000000Z

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