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‘TEREI LADO’

TEBET PODE DECLARAR ‘APOIO CRÍTICO’ A LULA

Terceira mais votada nas eleições presidenciais, Simone Tebet (MDB) disse que o momento atual é de “decisão e ação” e que tem um lado no segundo turno entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). No entanto, a senadora afirmou que irá se posicionar “no momento certo”, após cobrar um posicionamento dos presidentes do seu partido e dos aliados Podemos, Cidadania e PSDB , dando-lhes um prazo de 48 horas:

— Não esperem de mim omissão, tomem logo a decisão porque a minha já está tomada. Eu tenho lado, e vou me pronunciar no momento certo. Coragem não me falta. Eu só espero que vocês entendam que este não é um momento qualquer no Brasil. É importante que a gente durma e olhe o resultado das urnas em cada estado — disse Tebet. — Representamos uma grande parte do eleitorado e da população brasileira, que são as mulheres.

A expectativa é que a senadora decida esta semana se deve ou não abrir diálogo com Lula. Pessoas próximas a ela acreditam que poderá fazer um “apoio crítico” ao petista, vinculado ao cumprimento de alguma de suas promessas de campanha. O martelo, no entanto, só deve ser batido depois de quartafeira, após posicionamento oficial do MDB, que caminha para se manter neutro no segundo turno e liberar o apoio nos estados. Interlocutores de Lula sugeriram a ideia de convidar Tebet para um ministério, mas a senadora nega que tenha interesse.

A senadora terminou a sua primeira disputa presidencial em terceiro lugar, com a preferência de cerca de 4,9 milhões de eleitores, o que corresponde a 4,16% dos votos válidos, com 99,69% das urnas apuradas.

ELEIÇÕES MUNICIPAIS

Com a forte polarização entre Lula e Bolsonaro, o desempenho de Tebet é o pior entre os terceiros colocados desde a eleição de 1989. Até então, o terceiro lugar menos votado havia sido Heloísa Helena (PSOL), em 2006, quando ela alcançou 6,6 milhões de votos, ou 6,9%.

Mas apesar de ainda distante do segundo colocado, o resultado foi comemorado pela campanha e pelo próprio partido. Correligionários da senadora avaliam que ela se consolidou como uma liderança política, o que abre caminho para a construção de uma candidatura mais competitiva em 2026.

Mesmo assim, o futuro de Tebet ainda é uma incógnita, já que ela estará sem mandato para a próxima legislatura. Pessoas próximas avaliam que caso assuma um ministério, se manteria em evidência para projetar sua imagem para o pleito de 2026. O certo até agora é que ela vai ajudar o MDB nas eleições municipais, servindo como cabo eleitoral para candidatos a prefeito. Dirigentes do MDB defendem que ela ainda atue na construção de candidaturas femininas.

Tebet fez uma campanha com foco no Sudeste e marcada pelos embates contra Bolsonaro nos debates presidenciais —sobretudo o realizado na Band, quando o presidente ofendeu a jornalista Vera Magalhães com uma frase machista e foi acuado pelas duas candidatas presentes: ela e Soraya Thronicke (União Brasil), que expuseram a já conhecida agressividade do presidente em relação às mulheres.

Ela também deu ênfase às pautas femininas e sociais, colocando propostas como um ministério paritário e a criação de uma bolsa para jovens que concluírem o ensino médio.

Política

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2022-10-03T07:00:00.0000000Z

2022-10-03T07:00:00.0000000Z

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