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Além dos drinques

A coquetelaria ultrapassa os limites da borda da taça e investe na multiplicação de sabores

MARCELLA SOBRAL marcella.elias@edglobo.com.br

Ih, sujou! Com a criatividade em alta, bartenderes apostam numa experiência que vai além do gole. As crustas deixam de ser exclusividade das bordas e ganham espaço por diferentes lugares da taça.

— A coisa mais importante em um coquetel é o equilíbrio. A crusta além da borda também ajuda a balancear os sabores dentro da boca e promover uma textura agradável — diz Márcio Silva, um dos bartenders mais influentes do mundo, de acordo com a publicação britânica Drinks International.

Na carta em homenagem à coquetelaria carioca do Garoa, no Leblon ou em Ipanema, o destaque é o Neo Caju Caju (R$ 34,50), releitura de Igor Renovato inspirada no coquetel-assinatura de Gustavo Stemler. Feito com vodca infusionada com caju e suco e mel da fruta, o milk punch leva farelo de castanha de caju para decorar a taça, ressaltando todas as virtudes do fruto.

Caju também é a estrela do coquetel de Thiago Teixeira para Os Imortais Bar, em Copacabana. Com carta de drinques de fazer inveja a muito pé-limpo por aí, o lugar une duas tendências em um coquetel só. Com baixo volume alcoólico e servido em copo alto, o Cajuzinho (R$ 28) é um high ball feito com gim em infusão de caju, soda artesanal de caju com manjericão, Angostura bitter e perfume de limão-siciliano. A bossa fica toda nova por conta da crosta de farofa de castanha de caju do lado de fora do copo.

No Ízär, o novíssimo espanhol em Ipanema (leia

mais na página 62) ,ascores e sabores intensos do Malasaña (R$ 35) chamam atenção. À base de tequila, o drinque com pimenta dedo-de-moça e soda de hibisco com manga tem a missão de deixar de vez o preconceito com o destilado para trás. A borda salpicada com sal e nori colocam a bebida na crista da onda.

Dado a invencionices e experimentações, o bloody mary é um dos queridinhos por quem quer entrar na moda. Se o topo do copo tinha um limite, o jeito foi transbordar os sabores pelas bordas. Da safra dos que valem por um bifinho, o bloody mary San Marzano (R$30), do Coltivi, feito com vodca infusionada no aipo, suco de tomate San Marzano, molho Worcestershire artesanal e suco de limão. No topo, picles de milho, fios de alho-poró e aipo. Do lado de fora do copo, farinha de parma desidratada.

Já na versão do Kitchen Asian Food (vencedor do Prêmio Rio Show de Gastronomia 2022 como o melhor ao ar livre, leia na

pág. 48) a crusta é mais tímida, mas não menos saborosa, feita de sal de aipo. Além do suco de tomate artesanal com especiariais orientais, o coquetel leva vodca infusionada com pimenta chinesa e cúrcuma (R$ 40).

O informal e colorido Be+Co, em Botafogo, reúne diferentes especialidades de cozinha, mas o bar é um só —e bom, para aproveitar sem frescura Uma das novidades é o baile perfumado (R$ 32). Servido em copo baixo, mistura sabores instigantes, como purê de cereja com morango, toque de wasabi para dar picância e splash de Double Black, que deixa um defumadinho no bar.

Na quadríssima da Praia de Copacabana, o Otra junta sabores do mar com drinques suaves e irreverentes. Com vodca infusionada em camomila, frutas amarelas e xarope de coco com limão, o Coisa Bonita (R$ 37) tem toda a taça salpicada de coco ralado e é quase um pôr do sol à mesa: suave, bonito e deixa um gostinho de quero mais.

Como tudo na vida tem que ter equilíbrio, o Quartinho Bar, em Botafogo, bolou o Droga e Salada (R$ 32), um coquetel que tem um pouco de quase tudo: vodca, tequila, cointreau, geleia de tomate cereja com pimenta biquinho e a borda da taça crustada com e sal aromático de coentro. É amar ou largar.

RIO SHOW GASTRONOMIA | INDICE

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2022-08-12T07:00:00.0000000Z

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