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Carta de Cecília

A leitora Cecília Centurion (“Afundem a Sapata!”, 10 de agossto) desabafou sua indignação sobre as diversas posturas equivocadas das Forças Armadas na vida nacional. Creio que incontáveis brasileiros assinariam em apoio à sua carta. Uma grande parcela dos militares há muito já passou dos limites das suas funções constitucionais. Querer tutelar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e tentar, de forma acintosa e troglodita nas palavras (ficará só por aí?), comandar as eleições é algo inadmissível e não previsto na Constituição. Como se tudo estivesse bem com nossas fronteiras, com a Amazônia, não houvesse entrada ilegal de armas, e a caserna não tivesse mais nada o que fazer. Essa insistente tutela dos militares sobre o Estado e a sociedade, como se fossem um irmão mais velho disposto a enquadrar os mais novos (mais fracos e desarmados) é de testar a paciência de qualquer budista. Logo vão querer proibir de vaca votar em vaca. Sugiro ao TSE informar, através de ofícios duros e arrogantes, seu intuito de enviar representantes da Justiça Eleitoral para fiscalizar e se meter no que acontece nos quartéis, inclusive “propondo” diversas alterações em seu modus operandi. Mas receio isso não ser possível, pois o TSE não tem sequer um cabo e um soldado, e nem tanques, mesmo os que soltam fumaça.

GABRIEL F. PADILLA

RIO

Concordo ipsis litteris como que escreve hoje a leitora Cecília Centurion. Agradeço à seção de cartas do jornal O GLOBO a publicação desses desabafos.

TERESA BAHADIAN MOREIRA

RIO

RIO LEITORES

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2022-08-12T07:00:00.0000000Z

2022-08-12T07:00:00.0000000Z

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