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Fazendeiro acusa cachorros de chácara vizinha de matar seu gado

Animais da raça cane corso teriam dilacerado gargantas de bois em Rio Bonito

SELMA SCHMIDT selma@oglobo.com.br

Fazendeiro desde 1980, Maurício Abreu Silveira, de 71 anos, nunca tinha perdido cabeças de gado de forma tão brutal: desde maio deste ano, cinco animais de sua fazenda em Rio Bonito, na Região Metropolitana, morreram, com orelhas e gargantas dilaceradas. Antes, em abril, outros 12 ficaram feridos, e estão em tratamento até hoje. Baseado em informações de seu capataz e de vizinhos, Maurício concluiu que três cães de uma chácara nas redondezas, de grande porte, da raça cane corso, são responsáveis pelos ataques.

Ele registrou a ocorrência na 119ª DP (Rio Bonito). Dono da chácara, na localidade de Cajueiro, o administrador de empresas Mauro Paes nega a acusação. A Polícia Civil informou que o caso está sendo investigado.

— No início, achamos que era uma onça. O meu capataz, Paulo dos Santos, viu a quarta morte. Ele estava chegando no pasto, por volta das 6h do dia 9 de maio, quando os cachorros atacavam um garrote. O capataz telefonou para o caseiro do dono da chácara, contando que os cachorros saíram da fazenda sujos de sangue. O caseiro confirmou que tinham chegado na chácara sujos de sangue —conta Maurício.

Após a morte dos quatro primeiros animais, e depois de conversar pelo WhatsApp e duas vezes pessoalmente com Mauro Paes, o fazendeiro procurou a delegacia em 7 de junho para registrar ocorrência. Em 27 de julho, voltou à polícia para informar sobre a morte de mais uma cabeça de gado nas mesmas circunstâncias.

— O dono do sítio prometeu me ressarcir, mas até agora nada pagou. Com as cinco cabeças de gado que perdi tive um prejuízo de R$ 16 mil, sem considerar os gastos e o trabalho com os animais feridos —contabiliza Maurício.

Além de administrador de empresas e de trabalhar com alimentos orgânicos, Paes é diretor da Agência Intermunicipal de Desenvolvimento da Região Leste Fluminense (consórcio de prefeituras).

— Estou sendo caluniado. Sou tetraplégico, e não tenho tempo para fi cardando satisfação de coisas sobre as quais não tenho responsabilidade. O Maurício foi dizer que os meus cachorros tinham ido à fazenda dele num momento em que eu tinha certeza absoluta que estavam presos. Não há uma prova, uma fotografia, dos meus cachorros fazendo o que diz. Quero justiça para mim também —defende-se.

Maurício diz que os cachorros passaram a caminhar até em ruas da cidade. O pedreiro Severino da Silva, quem orano Parque Indiano, bairro de Rio Bonito, confirma.

— Fotografei os cachorros e, depois que descobri de onde eram, fui até o sítio do Mauro Paes. O caseiro dele foi buscar os cachorros na minha rua —contou.

RIO

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2022-08-12T07:00:00.0000000Z

2022-08-12T07:00:00.0000000Z

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