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Vacina da Pfizer gera alta proteção na faixa de 5 a 11 anos

Estudo apontou que imunizante reduz em 82,7% internações por Covid-19 em crianças dessa idade, mesmo com a Ômicron

Mesmo com a predominância da variante Ômicron, a proteção das vacinas contra a Covid-19 permanece alta, especialmente para prevenir quadros graves da doença. Entre crianças de 5 a 11 anos, as duas doses do imunizante da Pfizer/BioNTech, utilizado no Brasil para a faixa etária, proporcionaram uma redução de 82,7% das internações pela doença. Para infecções, a eficácia foi de 36,8%. A conclusão é de um novo estudo, publicado ontem na revista New England Journal of Medicine.

Conduzido por pesquisadores de Cingapura, o trabalho analisou dados de 255.936 crianças no país entre janeiro e abril deste ano, durante o avanço da variante Ômicron. Os cientistas buscaram estimar a queda na proteção das vacinas com a chegada da cepa, que consegue escapar parcialmente da resposta imune.

Em comparação com os não vacinados, as crianças de 5 a 11 anos que receberam só uma dose do imunizante já apresentaram redução de 13,6% nos casos de Covid-19 e de 42,3% em hospitalizações pela doença. Entre aquelas com o ciclo vacinal completo, ou seja, duas doses, o número de infecções foi 36,8% menor, e o de internações, 82,7% mais baixo.

“Foi relatado que a variante Ômicron resulta em doença menos grave, mas o número absoluto e a taxa de hospitalizações entre crianças não vacinadas ainda podem ser altos devido ao aumento da transmissibilidade. Nossos resultados indicam que as vacinas podem desempenhar um papel importante na redução de infecções e hospitalizações durante a onda (da variante) Ômicron”, escreveram os autores do estudo.

No Brasil, a cobertura vacinal dos mais novos caminha a passos lentos. Autorizada para a faixa de 3 a 11 anos, a vacinação cobriu apenas 51% do público-alvo com a primeira dose, mostram dados do consórcio de veículos de imprensa, do qual O GLOBO faz parte. Com ambas as aplicações, o percentual é de aproximadamente 33%.

As doses são aplicadas no intervalo de 21 dias a oito semanas, no caso do imunizante da Pfizer, liberado para aqueles com mais de 5 anos. Já para as crianças com mais de 3 anos, que são vacinadas com a CoronaVac, o período entre as doses é de 28 dias.

Os autores do estudo destacam que, embora a eficácia para contaminação de fato tenha caído —nos estudos clínicos antes da Ômicron o percentual era de aproximadamente 90% na faixa etária —, a proteção contra desfechos graves da doença permaneceu alta.

A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, autorizou a dose de reforço para as crianças. No Brasil, a Pfizer também solicitou a ampliação da terceira dose.

SAÚDE

pt-br

2022-08-12T07:00:00.0000000Z

2022-08-12T07:00:00.0000000Z

https://infoglobo.pressreader.com/article/281990381301716

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