Bárbara: suspeito pode ter matado outra criança

Teste de DNA fez Polícia apontar Paulo Sérgio Oliveira, que teria se enforcado, como assassino de menina de 10 anos; faz-tudo morou perto de Bianca, de 11 anos, achada morta e com sinais de violência sexual em 2012

APolícia Civil de Minas Gerais concluiu, a partir do confronto de resultados de exames de DNA, que o faz-tudo Paulo Sérgio de Oliveira, de 50 anos, matou a menina Bárbara Vitória, de 10 anos, raptada 31 de julho e encontrada morta dois dias depois, em Ribeirão das Neves (MG). Uma investigação da advogada da família da família aponta que Paulo Sérgio pode também ser o autor de um crime semelhante em 2012.

Paulo Sérgio foi encontrado enforcado na casa de uma tia um dia depois da descoberta do corpo de Bárbara, que também foi estuprada. A polícia acredita que ele se suicidou. O faz-tudo fez um serviço de eletricista na casa da família da menina dois dias antes do homicídio, da qual era vizinho.

SEMELHANÇAS

A vítima do crime de dez anos atrás, em Santa Luzia, também na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi Bianca dos Santos Faria, de 11 anos. Ninguém foi preso pela morte. A advogada Aline Fernandes conta ter descoberto que Paulo também foi vizinho da família da criança, na época do crime.

Como Bárbara, Bianca saiu da casa dos pais para ir à padaria e foi encontrada morta dois dias depois, em um matagal, ensanguentada e com sinais de violência sexual. Ela foi estrangulada com um cadarço.

A advogada disse ter se surpreendido ao constatar que os investigadores já sabiam dessa possível ligação de Paulo com o assassinato de Bianca. Mas o delegado Fábio Werneck, responsável pelo inquérito sobre Bárbara, disse não ter informações sobre o caso de Bianca, por ser de outra delegacia:

— Não sei informar se ele era suspeito. O que eu sei é que surgiu a possibilidade de ele ser, por ele já ter residido em Santa Luzia.

A Polícia Civil vai pedir que o DNA de Paulo vá para um banco genético, para ser usado em investigações de crimes similares. A polícia ainda investiga se Bárbara foi estuprada antes ou depois de assassinada e abandonada em um matagal.

Aline já vinha criticando o fato de o faz-tudo não ter sido preso pela Polícia Civil depois de detido pela PM:

— Constou em boletim de ocorrência da PM no dia 1º de agosto a existência da sacola de pão na casa do suspeito, como relatado pela mãe de Bárbara. O suspeito foi a última pessoa a ser vista em vídeo com a menor. Esse fato por si só seria o suficiente para a prisão preventiva ou temporária do sujeito.

Ao detalhar a conclusão das investigações anteontem, Werneck disse que não havia respaldo legal para a prisão, quando Paulo foi levado pelos PMs:

— O corpo não havia sido encontrado, e agente não sabia da prática de homicídio, ou mesmo qual crime ou se algum crime tinha sido praticado. E ele foi capturado pela Polícia Militar apenas um dia depois. Poderíamos prendê-lo por mandado (judicial) ou flagrante delito, mas ele não se encaixou em nenhuma dessas circunstâncias. Naquele momento, não tínhamos imagens completas das câmeras de vigilância.

O papel de pão encontrado naca sade Paulo não erada vítima,de acordo como delegado.

SEM PREMEDITAR

A polícia acredita que a motivação do crime tenha sido sexual. Werneck disse que o faz-tudo ficou ao menos quatro horas com a vítima e a levou com um carrinho de mão para um matagal, onde teria permanecido por cerca de 30 minutos.

Os investigadores afirmam que o homem precisou de poucos segundos para convencer Bárbara a seguir com ele. Werneck não acredita que o faz-tudo tenha premeditado o crime:

— A princípio, eles se encontraram por acaso e ele aproveitou a oportunidade.