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‘CARTINHA’ E RÓTULO ELEITORAL BOLSONARO TENTA PARTIDARIZAR EVENTO NA USP; LULA, CIRO E TEBET ELOGIAM

FERNANDA ALVES E ALICE CRAVO politica@oglobo.com.br RIO E BRASÍLIA

Areação do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de aliados aos atos de ontem pró-democracia envolveu ironizar o evento e tentar colar a pecha de manifestação partidária de apoio eleitoral a seus adversários, notadamente o ex-presidente Lula (PT). Pela manhã, sem citar diretamente a manifestação, o chefe do Executivo classificou a redução do preço do diesel como o “ato importante” do dia de ontem em favor do país:

“Hoje, aconteceu um ato muito importante em prol do Brasil e de grande relevância para o povo brasileiro: a Petrobras reduziu, mais uma vez, o preço do diesel”, escreveu Bolsonaro no Twitter.

Em sua live semanal, à noite, segurando um exemplar da Constituição de 1988, o presidente questionou se alguém discordava que aquela era a “melhor carta à democracia”.

— Alguém tem dúvida? Acha que um outro pedaço de papel qualquer substitui isso daqui? Então, vamos lá, já que o símbolo máximo do PT assinou a carta juntamente com a sua jovem esposa, eu pergunto: o PT assinou a carta de 88? O PT assinou a Constituição de 88? O pessoal faz uma onda agora sobre carta à democracia para tentar atingir a mim, mas a bancada toda do PT não assinou essa carta à democracia em 88 e agora quer assinar essa cartinha à democracia? Então, fazer cartinha, servir de passaporte para dizer que é bom moço não funciona, tem que dar exemplo aqui.

Embora tenham votado contra alguns dos artigos da Constituição, em 1988, parlamentares do PT, cuja bancada tinha 16 deputados, assinaram o texto final após a sua aprovação.

O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, rebateu a leitura das cartas afirmando que “a democracia não pertence a ninguém” e classificou o ato como “belo comício da oposição”.

— Um comício pequeno, não foi tão grande, mas foi um belo comício da oposição — disse o ministro, ao ser questionado sobre os atos no evento do 5G, do qual Bolsonaro participou virtualmente.

OUTROS PRESIDENCIÁVEIS

No Twitter, Nogueira também fez provocações.

“A Democracia é de todos nós! A democracia, inclusive, é o que deveria existir mais em países como Venezuela e Cuba, que alguns ‘democratas’ no Brasil apoiam”, escreveu o ministro no Twitter.

Do outro lado do campo político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), signatário da carta da USP, também usou as redes para se manifestar. No Twitter, o petista disse que “defender a democracia é defender o direito a uma alimentação de qualidade, a um bom emprego, salário justo, acesso à saúde e educação”:

“Aquilo que o povo brasileiro deveria ter. Nosso país era soberano e respeitado. Precisamos, juntos, recuperá-lo”, publicou o ex-presidente, candidato do PT ao Planalto.

Simone Tebet, presidenciável do MDB, lembrou em suas redes sociais, que também assinou o manifesto:

“Estado de Direito sempre! No dia do estudante, no histórico dia 11 de agosto, a sociedade levanta sua voz em defesa da democracia. Assinei o manifesto. Tenham certeza do meu compromisso. Minha candidatura representa exatamente isso: democracia sempre. Tolerância, paz e respeito”.

Também pelo Twitter,

“Hoje, aconteceu um ato muito importante em prol do Brasil e de grande relevância para o povo brasileiro: a Petrobras reduziu, mais uma vez, o preço do diesel” _

Jair Bolosnaro, presidente

Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência da República, chamou a atenção para a união de diferentes segmentos da sociedade contra os recorrentes ataques de Bolsonaro “aos nossos direitos, ao sistema eleitoral e ao próprio regime democrático — que é a maior de todas as nossas conquista. Este é um compromisso de todos nós”.

“Defender a democracia é defender o direito a uma alimentação de qualidade, a um bom emprego, salário justo, acesso à saúde e educação. Aquilo que o povo brasileiro deveria _ ter”

Lula, ex-presidente e candidato do PT ao Planalto

“Estado de Direito sempre! No dia do estudante, no histórico dia 11 de agosto, a sociedade levanta sua voz em defesa da democracia” _

Simone Tebet, candidata do MDB à Presidência

“(A manifestação é)Um momento de união de diferentes segmentos contra os recorrentes ataques aos nossos direitos, ao sistema eleitoral e ao próprio regime democrático — que é a maior de todas as nossas conquista” _

Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência

POLÍTICA

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2022-08-12T07:00:00.0000000Z

2022-08-12T07:00:00.0000000Z

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