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“EM DEFESA DA DEMOCRACIA E DA JUSTIÇA”

(*) Carta lançada pela Fiesp assinada por diversos grupos do setor econômico

“No ano do bicentenário da Independência, reiteramos nosso compromisso inarredável com a soberania do povo brasileiro expressa pelo voto e exercida em conformidade com a Constituição. Quando do transcurso do centenário, os modernistas lançaram, com a Semana de 22, um movimento cultural que, apontando caminhos para uma arte com características brasileiras, ajudou a moldar uma identidade genuinamente nacional.

Hoje, mais uma vez, somos instigados a identificar caminhos que consolidem nossa jornada em direção à vontade de nossa gente, que é a independência suprema que uma nação pode alcançar. A estabilidade democrática, o respeito ao Estado de Direito e o desenvolvimento são condições indispensáveis para o Brasil superar os seus principais desafios. Esse é o sentido maior do 7 de Setembro neste ano.

Nossa democracia tem dado provas seguidas de robustez. Em menos de quatro décadas, enfrentou crises profundas, tanto econômicas, com períodos de recessão e hiperinflação, quanto políticas, superando essas mazelas pela força de nossas instituições.

Elas foram sólidas o suficiente para garantir a execução de governos de diferentes espectros políticos. Sem se abalarem com as litanias dos que ultrapassam os limites razoáveis das críticas construtivas, são as nossas instituições que continuam garantindo o avanço civilizatório da sociedade brasileira.

É importante que os Poderes da República – Executivo, Legislativo e Judiciário – promovam, de forma independente e harmônica, as mudanças essenciais para o desenvolvimento do Brasil.

As entidades da sociedade civil e os cidadãos que subscrevem este ato destacam o papel do Judiciário brasileiro, em especial do Supremo Tribunal Federal, guardião último da Constituição, e do Tribunal Superior Eleitoral, que tem conduzido com plena segurança, eficiência e integridade nossas eleições respeitadas internacionalmente, e de todos os magistrados, reconhecendo o seu inestimável papel, ao longo de nossa história, como poder pacificador de desacordos e instância de proteção dos direitos fundamentais.

A todos que exercem a nobre função jurisdicional no país, prestamos nossas homenagens neste momento em que o destino nos cobra equilíbrio, tolerância, civilidade e visão de futuro.

Queremos um país próspero, justo e solidário, guiado pelos princípios republicanos expressos na Constituição, à qual todos nos curvamos, confiantes na vontade superior da democracia. Ela se fortalece com união, reformando o que exige reparos, não destruindo; somando as esperanças por um Brasil altivo e pacífico, não subtraindo-as com slogans e divisionismos que ameaçam a paz e o desenvolvimento almejados.

Todos os que subscrevem este ato reiteram seu compromisso inabalável com as instituições e as regras basilares do Estado Democrático de Direito, constitutivas da própria soberania do povo brasileiro que, na data simbólica da fundação dos cursos jurídicos no Brasil, em 11 de agosto, estamos a celebrar.”

Signatários fazem um contraponto ao discurso do presidente Jair Bolsonaro, que tem incentivado aliados e apoiadores a irem às ruas no Sete de Setembro ao mesmo tempo em que faz críticas contundentes a integrantes de Cortes superiores e tenta desacreditar a lisura das urnas eletrônicas. Na mesma data do ano passado, bolsonaristas foram às ruas pedir o fechamento do STF, a prisão de ministros, e o próprio presidente elevou a crise com o Supremo ao dizer que não cumpriria ordens do ministro Alexandre de Moraes, chamando-o de "canalha".

Trecho sai em defesa do STF, do TSE, de seus ministros e do processo eleitoral brasileiro, que têm sido atacados recorrentemente por Bolsonaro e por seus aliados. O presidente chegou a entrar com um pedido de impeachment no Senado contra Alexandre de Moares, arquivado pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco.

POLÍTICA

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2022-08-12T07:00:00.0000000Z

2022-08-12T07:00:00.0000000Z

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