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Serial killer aterroriza a região em novo romance de Rodrigo Santos

Em ‘Fogo nas encruzilhadas’, detetive precisa desvendar assassinatos em série

LEONARDO SODRÉ leonardo.sodre@oglobo.com.br

Após o sucesso de seu romance “Macumba”, em que o detetive Ramiro desvenda assassinatos em centros de umbanda e terreiros de candomblé em São Gonçalo e Niterói, o escritor Rodrigo Santos, em seu novo livro, “Fogo nas encruzilhadas”, põe o personagem para enfrentar o caso mais complicado de sua carreira: um impiedoso serial killer que ateia fogo em pessoas em situação de rua na região. A obra terá evento de lançamento no próximo dia 2, na Adega Rio Drink House, em São Gonçalo; dia 7, na Livraria Casa da Árvore, na Tijuca, no Rio; e dia 14, na Blooks Livraria do Reserva Cultural.

Na nova aventura criada por Rodrigo Santos, o detetive Ramiro, um cristão que vê mais uma vez o seu caminho atravessado por forças que fogem à sua compreensão, parte em defesa da camada mais invisível da sociedade: pessoas em situação de rua, desprovidas de sua cidadania e agora expostas à mente perversa de um assassino.

—Eu quis tratar desse tema das pessoas em situação de rua porque no póspandemia percebi visivelmente o crescimento desse grupo na sociedade. Em São Gonçalo, antes da pandemia a população era majoritariamente formada por andarilhos e pessoas com problemas psicológicos; agora aumentou muito a quantidade de pedintes e famílias inteiras nessa situação. Na história, o assassino se aproveita da invisibilidade dessas pessoas para cometer os crimes —conta Santos.

EM NITERÓI E SÃO GONÇALO

A ambientação da história de “Fogo nas encruzilhadas” é a mesma de “Macumba”, com descrições minuciosas de lugares da região e hábitos da população local, que tornam o romance ainda mais verossímil para quem vive em São Gonçalo e Niterói. O autor diz que essa característica é fundamental para o desenvolvimento da sua escrita.

—Eu cresci lendo histórias de vampiros das ruas de Londres que usam sobretudo, mas não posso criar uma cena de um vampiro com sobretudo na (Rua) Gavião Peixoto, é muito fora de contexto. A gente tem um imaginário riquíssimo que não costuma acessar, e é isso que me atrai porque a gente está perdendo muita coisa com a modernidade. As rezadeiras, por exemplo, quase não vemos mais, e eu fui muito rezado por rezadeiras na minha infância. O conhecimento popular, vindo das culturas afro-ameríndias, os fantasmas da cidade, esse é o universo que gosto de explorar —comenta. A fidelidade ao ambientar suas histórias em locais por onde sempre circulou, segundo o gonçalense Santos, não o limita na hora de tocar em temas universais. —Eu sinto necessidade de falar da nossa realidade, que é universal, porque existem milhares de São Gonçalos pelo mundo, cidades proletárias, formadas por população humilde, mas onde acontecem coisas muito interessantes. Nesse livro, tem uma cena que se passa no Ponto Cem Réis que todo mundo que ler e passar ali depois certamente vai lembrar—adianta.

Niterói

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2022-06-26T07:00:00.0000000Z

2022-06-26T07:00:00.0000000Z

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