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SALVE, ALVES

DEPOIS DE 30 ANOS NO GRUPO FASANO, ATAGERDES ALVES ABRE O CASA TUA JUNTO COM ALEXANDRE ACCIOLY

Por LUCIANA FRÓES | Fotos LEO MARTINS

Ele já plantou milho, feijão e cana. Encarou frio, muito frio, lavando carro de madrugada nas garagens de São Paulo. Criança, correndo no quintal da casa dos pais, em São João Evangelista, a 150 km de Governador Valadares, alimentava dois sonhos: ser neurocirurgião ou dono de restaurantes. Feito. Mais de quatro décadas depois, Atagerdes Alves ou simplesmente Alves, desde abril é sócio do empresário Alexandre Accioly no restaurante CasaTua, na Barra. “Neurocirurgião não consegui ser, mas quase toda a semana sirvo um dos melhores do país, o Dr Paulo Niemeyer”, brinca Alves, 63 anos, pai de Natália, Amanda e Menderson, o seu braço direito no CasaTua. A mulher, Denise (anos de Copacabana Palace), cuida da nova CasaTua Forneria, que funciona vizinha ao Cucina, de culinária italiana, nas mãos do chef Mairton Oliveira, ex-Gero.

Sua vida profissional começa cedo. Aos 18 anos, deixa os pais, Petrina e Francisco, em Minas e vai até São Paulo em busca de oportunidades. Primeira parada: um lava-jato no centro da cidade, onde polia os carrões que paravam ali. Ele era até bom nisso, mas queria mais. Correu atrás e a sorte foi junto. Não demorou muito para Alves se colocar na cozinha de um bom restaurante de São Paulo, o francês La Maison Basque, meio espanhol, meio francês, ponto bem frequentado. Começou lavando prato, passou a cumim e logo foi para o salão como garçom. “Lá, ficava atento aos meus colegas mais experientes, na cozinha e no salão”. E fez bons laços com os clientes. Por indicação de alguns deles,

Alves teve a oportunidade de passar por bons restaurantes paulistas. Com 21 anos, já vestia o seu smoking e abria rótulos de vinhos de muitos dígitos nos salões do Terraço Itália.

Ou no Saint Peter, um bistrô concorrido de frutos mar, na Alameda Paulista, onde o restaurateur Fabrizio Fasano volta e meia aparecia “Ele gostava de mim, disse que tinha uma vaga no restaurante Fasano, que procurasse o seu filho Rogério. Ele olhou e só perguntou: você tem smoking? Respondi que sim e ele me mandou voltar no dia seguinte, para uma experiência por uma semana. Foram 30 anos.”

Da saída do grupo, Atargerdes não fala, não guarda mágoas, só boas lembranças. Foi a sua grande escola. “Aprendi, fiz amigos e ainda me trouxe para viver no Rio, cidade que adoro. Era para ser uma rápida temporada, até o Gero, recém aberto, engrenar. E lá se vão mais de 20 anos”, recorda.

Junto com Alexandre Accioly, é Alves quem recebe os clientes no bonito salão do CasaTua, espaço que lhe é bastante familiar, afinal, ali funcionou o Gero Barra. “Todo mundo diz que o Alves vem da escola Fasano. Verdade, só que ele era o professor”, resume Accioly.

Na cozinha, deu alguns palpites e até criou alguns pratos, como o canelone verde aqui do lado, à base de acelga e com caldo de vitelo e a carne desfiada.Taí uma receita de sucesso. E salve o Alves, que está completando 45 anos de profissão. Na casa dele. e

“TODO MUNDO DIZ QUE O ALVES VEM DA ESCOLA FASANO. VERDADE, SÓ QUE ELE ERA O PROFESSOR” ALEXANDRE ACCIOLY

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2022-06-26T07:00:00.0000000Z

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