CARONA OU HOMENAGEM

OBrasil ainda é, pelo 13° ano consecutivo, o país que mais mata transexuais no mundo. De acordo com o último relatório da Transgender Europe, instituição que monitora dados da comunidade LGBTQIAP+, 70% de todos os assassinatos aconteceram na América do Sul e na Central, sendo 33% (o equivalente a 125 mortes) no Brasil. Na sequência vêm México, com 65 óbitos, e Estados Unidos, com 53.

Ou seja, no domingo que antecede o Dia Internacional do Orgulho LGBT — comemorado desde 28 de junho de 1969, quando policiais tentaram prender 13 homossexuais em um bar em

Nova York —, é mandatório falarmos sobre o tema. E escrevo isso com a isenção de quem não está pegando carona nele, ao contrário do que fazem muitas marcas de beleza e da indústria de alimentos, mas como quem coordena um título que o aborda semanalmente em pautas respeitadas dentro da comunidade.

O que muda na edição que você tem em mãos é que, em vez de uma ou duas matérias sobre pessoas LGBTQIAP+, preocupamo-nos em trazer várias. Eduardo Vanini, repórter com lugar de fala e escuta empática, assina duas delas: a reportagem de capa com Alexandre Mitre e Aretha Sadick, atores que interpretam Jorge Laffond e sua icônica Vera Verão no teatro a partir deste fim de semana, e a matéria “Bandeiras próprias”, que fala sobre a criação de símbolos gráficos por integrantes da comunidade para reivindicar representatividade. Se você acha que é tudo a mesma coisa, precisa se informar. Que tal começar por aqui?