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CLÁSSICO DA CORAGEM

Com ideias de jogo definidas, Bota e Flu duelam em dia de despedida

JOÃO PEDRO FRAGOSO E MARCELLO NEVES esporteglb@oglobo.com.br

Conhecido como Clássico Vovô por envolver os clubes mais antigos que praticam futebol entre os grandes do Rio de Janeiro, Botafogo e Fluminense se enfrentam hoje, às 16h, no Nilton Santos, em um duelo de times corajosos. O adjetivo representa bem o que ambos buscam em campo, seguindo os ideais de seus treinadores. Oscilando no Brasileirão, o Botafogo de Luís Castro enfrentava, além dos adversários, dificuldades para jogar da forma que o treinador desejava. Mesmo assim, o português afirmou que não abdicaria do estilo ofensivo. A convicção, no entanto, não se transformou em resultados positivos e o alvinegro acumulou quatro derrotas seguidas.

Já nas últimas duas rodadas, o português mudou o estilo da equipe. Com três zagueiros — o veterano Carli jogou as duas —, dois laterais e apenas dois atacantes, o Botafogo reencontrou o caminho dos triunfos — venceuduasseguidas,contra São Paulo e Internacional —dentro das particularidades e peculiaridades de cada partida. Mesmo com uma nova cara, o alvinegro seguiu sendo uma equipe corajosa, e retrato disso é a virada contra o Internacional por 3 a 2, no BeiraRio, com um a menos e sem o técnico à beira do campo. — Sempre disse que não abdicamos dos nossos princípios e ideias. Nós, treinadores, temos que olhar o contexto e perceber o que temos em mão para ratificar caminhos, sem abdicar do que acho que deve ser o jogo — analisou Castro. — Entendemos que ao fim de dois meses de trabalho deveríamos mudar um pouco nosso posicionamento em campo. falar em coragem, há chance de Fernando Diniz encontrar seu nome no dicionário se buscar o significado da palavra. Porque a cada teste, improvisação ou substituição, dá para avaliar se o treinador acertou ou não — mas não é possível chamá-lo de covarde. Diante do Cruzeiro, pela

Copa do Brasil, na quinta-feira, Diniz chamou a atenção ao sacar o volante Nonato para colocar o atacante Matheus Martins, ainda no intervalo, tendo o jogo de volta a disputar. Expôs a defesa, mas ganhou superioridade numérica no ataque. Deu certo. Isso sem falar da imPor provisação de Caio Paulista, atacante de origem, como lateral-esquerdo.

Diniz costuma usar a palavra confiança com o elenco. Quando chegou, afirmou querer resgatar a confiança que o clube tinha quando conquistou o título carioca de 2022. Conseguiu. Agora, é ter coragem para manter o bom aproveitamento em clássicos. Nesta temporada, são três vitórias, um empate e duas derrotas. Diante do Botafogo, apesar do revés, classificou-se para a final do campeonato estadual.

ADEUS DE LUIZ HENRIQUE

A partida de hoje também marca a despedida de Luiz Henrique do Fluminense. Em entrevista ao GLOBO, o atacante de 21 anos não poupou elogios a Diniz. — Aprendi com todos, mas quem mais me desenvolveu foi o Fernando Diniz. Ele é um cara que levanta todos os jogadores, me ajudou muito quando estava vivendo a má fase. Ele me colocou lá em cima e sempre diz que nenhum brasileiro que está jogando agora é igual a mim. Isso me deu muita moral —contou. Diniz deve repetir a escalação pela terceira vez seguida — algo inédito nesta temporada. A dúvida é sobre Nonato, que sente dores após forte entrada sofrida diante do Cruzeiro.

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2022-06-26T07:00:00.0000000Z

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