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Armas e aborto

Bolsonaro vive em campanha pela reeleição, e suas contradições aumentam a cada dia. Para fazer média com os evangélicos, sua base eleitoral, mandou que os ministérios da Justiça e da Mulher investigassem possíveis abusos no procedimento médico, interrupção da gravidez, na menina de 11 anos em Florianópolis. Em seu Twitter, criticou abertamente o procedimento, falando, sem conhecimento de causa, que causou a morte de um bebê saudável de 7 meses. Em contrapartida, baixou diversos decretos facilitando a compra de armas pela população, bem como o afrouxamento do controle de compra de munições e no número de peças permitidas. Presidente, armas servem para matar, e não apenas um feto de 24 semanas, mas qualquer ser vivo de qualquer idade.

ANTONIO JORGE DE MOURA RIO

A decisão da Suprema Corte americana de suspender o direito constitucional ao aborto reacendeu o debate sobre o tema. As discussões e os protestos pelos dois lados antagônicos não levarão a lugar algum. Mesmo sob o amparo legal ou a justificativa humanitária, o aborto sempre será controverso, pois as ideias desta pauta nunca conseguirão sair da esfera do senso comum. Na verdade, o ato do aborto induzido levanta questões acima deste senso comum, pois é um encontro entre o mistério da vida latente e a incógnita da morte — dois fatos que, numa perspectiva ampla, estão fora da compreensão humana.

CARLOS HENRIQUE LOUZADA RIO

Rio | Leitores

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2022-06-26T07:00:00.0000000Z

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