Ômicron: hospitais suspendem todas as visitas

Redes municipal e estadual tomaram a decisão devido ao aumento dos casos de Covid-19. Unidades privadas também estão seguindo o protocolo. Apenas menores, idosos e portadores de deficiência podem ter acompanhante

As visitas aos pacientes internados nas unidades de saúde das redes estadual e municipal da capital foram suspensas temporariamente devido ao aumento de casos de Covid-19 e pelo alto poder de transmissão da variante Ômicron. O novo protocolo também foi adotado na rede privada nas últimas semanas, segundo o diretor da Associação de Hospitais do Estado do Rio (Aherj), Graccho Alvim.

—Com a Ômicron, mesmo os vacinados têm transmitido o vírus, inclusive para os profissionais de saúde. Temos mais de 20% dos profissionais afastados por terem se infectado. Se abrimos as visitas, vamos aumentar a possibilidade de esse profissional se infectar —disse o diretor da Aherj.

A Secretaria municipal de Saúde informou que, “devido ao alto risco de contágio da Covid-19, está suspendendo por 15 dias as visitas a pacientes internados nos hospitais da rede”. Esclareceu, no entanto, que “a permanência de acompanhantes segue permitida para menores de idade, idosos e portadores de deficiência”. Esses devem apresentar o comprovante de vacinação, de acordo com o esquema vacinal recomendado para sua faixa etária, documento de identificação e usar máscaras.

Em nota, a SES também destacou que a medida não vai atingir o direito a acompanhantes de crianças, idosos, deficientes físicos e pacientes com transtornos mentais internados nas unidades.

Enquanto médicos, enfermeiros e trabalhadores da saúde contaminados pelo coronavírus se ausentam do trabalho, a procura nas unidades só aumenta. Nos hospitais particulares, segundo Alvim, o número de atendimentos diários em emergências subiu 250% desde novembro, quando nem a influenza nem a Ômicron tinham aparecido no estado ainda.

— Algumas unidades que antes faziam 150 atendimentos por dia agora fazem 500, 540 —informou Alvim.

Esta é mais uma mudança adotada pelas autoridades para evitar a transmissão da Covid-19 em suas unidades frente ao avanço da variante Ômicron. Na segunda-feira, a pasta suspendeu por 30 dias a realização de cirurgias eletivas. A medida também é resultado do grande número de profissionais de saúde afastados por Covid-19 e da redução nas doações de sangue.

A suspensão das cirurgias eletivas também está valendo para a rede municipal.

O número de internados com Covid-19 na cidade continua subindo rapidamente. Entre segunda-feira e ontem, o indicador saltou de 626 para 755, um aumento de 20% em 24 horas.