Infoglobo

PSDB e Cidadania avançam para formar federação

Partidos têm proximidade política nos últimos anos, mas questões regionais ainda são entrave. Doria vê chance de mostrar capacidade de angariar apoio

GUSTAVO SCHMITT gustavos@sp.oglobo.com.br SÃO PAULO

Cidadania e PSDB marcaram para os próximos dias reuniões internas a fim de destravar as negociações que visam à formação de uma federação partidária até março. Se a união for selada, o senador Alessandro Vieira (SE), que é pré-candidato do Cidadania à Presidência, deve sair da disputa e abrir caminho para o governador de São Paulo, João Doria, fortalecer sua chapa ao Palácio do Planalto.

O tucano tem dado sinalizações de que gostaria de ter uma mulher como vice, o que afastaria Vieira da composição. Aliados do paulista citam a preferência pela senadora Simone Tebet (MDBMS), cujo nome ganhou projeção na CPI da Covid no ano passado. A direção do MDB reforça, no entanto, que a candidatura dela à Presidência está mantida e tem capacidade de unir a sigla, cuja maior parte das lideranças nos estados se divide entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula.

Para Doria, formalizar o primeiro apoio de um partido, ainda que pequeno, à sua candidatura serviria para minimizar as críticas que sofre, inclusive dentro do PSDB, de que tem dificuldades de angariar adesões ao seu nome, pelo seu estilo e pela demora em crescer nas pesquisas.

A federação permite que os partidos possam se unir sem precisar recorrer à fusão, processo mais complexo, que envolve a criação de uma nova sigla, como o União Brasil, que deve surgir da integração de DEM e PSL. Com o fim das coligações proporcionais, legendas ameaçadas pela cláusula de barreira veem no instrumento a chance de garantir acesso ao fundo partidário.

— Superamos a cláusula de barreira nas eleições de 2018. Ainda que a federação facilite nesse aspecto, o interesse não é só eleitoral. Nãoéump roble made náufrago. Tem interesse político — diz Roberto Freire, presidente do Cidadania.

Um obstáculo para a composição, segundo líderesa na listas, é a necess idade de atuar juntos por quatro anos, inclusive nas eleições municipais. Na Paraíba, por exemplo, o PSDB faz oposição a João Azevedo, único governador do Cidadania eque concorrerá à reeleição. Lá, os a pré-candidatura do deputado Pedro Cunha Lima. Além disso, o Cidadania planeja lançara senadora Leila Barros ao governo do Distrito Federal, enquanto o PSDB tema candidatura do senador Izalci Lucas.

BALANÇA DE CONCESSÕES

Reservadamente, caciques tucanos dizem estar dispostos a fazer a composição com o Cidadania, sobretudo porque Freire é um aliado histórico. Ainda assim, deixam claro que o PSDB não está disposto a fazer muitas concessões para viabilizar o acordo já que o partido aliado é pequeno e tem pouco a oferecer. O Cidadania, por suavez, também mantém conversas sobre a possibilidade de uma federação com o Podemos, que tem como pré-candidato ao Planalto o ex-juiz Sergio Moro.

Política

pt-br

2022-01-19T08:00:00.0000000Z

2022-01-19T08:00:00.0000000Z

https://infoglobo.pressreader.com/article/281685438216139

Infoglobo Conumicacao e Participacoes S.A.