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Siqueira cobra definição do PT sobre candidatos nos estados

Presidente do PSB diz que sigla deve decidir se quer ajuda ou embate com aliados

SÃO PAULO

Desde que PT e PSB começaram a negociar uma aliança nacional em torno da candidatura de Lula ao Planalto, os entraves para alinhar os acordos nos palanques estaduais vêm crescendo. Nas últimas semanas, petistas lançaram candidaturas próprias a governador em estados apontados como prioritários pelo PSB, que esperava ser recompensado com apoio do PT em troca da adesão a Lula.

Sem dar declarações sobre as tratativas desde o ano passado, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, voltou a cobrar ontem que o PT faça concessões. E direcionou sua cobrança a Lula, que por ora não fez gestões para que diretórios estaduais do PT retirem os nomes colocados.

— Já falei ao Lula que o PT precisa decidir se quer disputar pelo país (contra) um de seus principais aliados ou se quer a nossa ajuda para ganhar a eleição — disse Siqueira, em entrevista ao blog de Andréa Sadi, no G1.

Siqueira deve se reunir amanhã com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, em Brasília.

Ao G1, Siqueira rebateu uma declaração dada por Gleisi no último dia 14, quando a petista afirmou que, ao discutir a eleição nos estados, é preciso levar em conta a colocação de nomes do PT e do PSB nas pesquisas de intenção de voto. Em São Paulo, outro estado em que os socialistas queriam ter apoio dos petistas, o exprefeito Fernando Haddad (PT) apareceu à frente do ex-governador Márcio França (PSB) no último Datafolha, em dezembro.

— Nosso critério não é pesquisa. Se fosse assim, a gente apoiaria ACM Neto na Bahia e não Jacques Wagner. Nosso critério é critério político. Outra coisa: a vida não é só eleição, tem o governo depois — afirmou ontem Siqueira.

A falta de acordo sobre as eleições estaduais é, hoje, o principal entrave para uma aliança entre as duas legendas. Além de São Paulo e Pernambuco, os socialistas querem apoio para candidatos ao governo do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Espírito Santo.

Em Pernambuco, estado que o PSB controla desde 2006, o PT lançou a candidatura do senador Humberto Costa. Os petistas argumentam que os aliados ficaram sem nome depois que o ex-prefeito de Recife Geraldo Júlio afirmou que não pretendia concorrer. Ainda assim, afirmam dirigentes, há espaço para debate.

No Rio, onde era esperado que os petistas fizessem campanha para o deputado Marcelo Freixo, há conversas sobre o lançamento do presidente da Alerj, André Ceciliano (PT).

Já no Rio Grande do Sul, o PT apresentou o nome do deputado estadual Edegar Pretto, enquanto os socialistas esperavam uma coalização em torno de Beto Albuquerque. Assim como nos outros estados, Pretto admite que pode conversar com o PSB, mas defende que é preciso levar em conta a história do seu partido no Rio Grande do Sul.

Os socialistas argumentam que os petistas não podem ter tudo: o candidato a presidente e os candidatos a governador nos principais estados.

Política

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2022-01-19T08:00:00.0000000Z

2022-01-19T08:00:00.0000000Z

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