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País dispensa passaporte; não vacinado deve fazer cinco dias de quarentena

Bolsonaro compara comprovante vacinal a ‘coleira’; recomendação da Anvisa é ignorada por Queiroga

(Com agências internacionais)

Em pronunciamento que reuniu as pastas da Saúde e da Casa Civil e a Advocacia-Geral da União, o governo anunciou que não exigirá passaporte de vacina de turistas e que os não imunizados deverão cumprir quarentena de cinco dias. Antes, em uma cerimônia, o presidente Jair Bolsonaro comparou o comprovante de imunização a uma “coleira” e disse que prefere morrer a perder sua liberdade. A frase foi repetida pelo ministro Queiroga, da Saúde, que desconsiderou as recomendações da Anvisa para o controle da nova cepa.

Avariante Ômicron do coronavírus pode evitar parcialmente a proteção conferida pela vacina contra Covid-19 desenvolvida pela Pfizer em parceria com a BioNTech. A informação foi divulgada pela Bloomberg News ontem, citando o chefe de pesquisa de um laboratório do Africa Health Research Institute, na África do Sul.

A evasão da variante não é completa e uma dose de reforço poderia fornecer proteção adicional, de acordo com o relatório, de acordo com Alex Sigal, chefe do laboratório.

O estudo do laboratório sul-africano envolveu testes de plasma sanguíneo em vacinados com o imunizante da Pfizer. Então, o material entrou em contato com a nova cepa para que os pesquisadores analisassem a concentração de anticorpos necessária para combater o vírus. A redução de resposta imune foi de cerca de 40 vezes. Sigal classificou essa perda de proteção como “robusta, mas não completa”.

Desde que foi anunciada a nova variante, no último dia 25 de novembro, cerca de 450 pesquisadores em todo o mundo têm trabalhado em isolar a cepa, altamente mutante, e sequenciar seu genoma. Depois disso, as equipes têm estabelecido métodos para testar a sua ação em amostras de plasma sanguíneo.

O laboratório de Sigal também foi responsável por isolar a Beta, outra variante de preocupação do coronavírus identificada no continente africano, em 2020.

A variante Ômicron do Sars-CoV-2, detectada pela primeira vez no sul da África no mês passado, disparou alarmes em todo o mundo para um novo surto de infecções, com mais de duas dezenas de países, do Japão aos Estados Unidos, relatando casos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), em 26 de novembro, classificou-a como uma “variante de preocupação” (VOC), mas afirmou que não havia nenhuma evidência para apoiar a necessidade de novas vacinas especificamente projetadas para combater a variante Ômicron e suas muitas mutações.

A rapidez com que a variante se espalhou na África do Sul levantou a suspeita dos cientistas de que poderia haver escape imunitário.

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2021-12-08T08:00:00.0000000Z

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