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ENTENDA A CRISE ENTRE MOSCOU E O OCIDENTE

O que ocorre na fronteira?

No final de outubro, começaram a circular vídeos nas redes sociais mostrando a movimentação das tropas russas, com tanques e armas pesadas sendo levados em direção à fronteira ucraniana. Desde então, os líderes ucranianos afirmam que a Rússia destacou cerca de 115 mil soldados. Além disso, Kiev e seus aliados ocidentais acusam Moscou de entregar armas a separatistas pró-Rússia no Leste da Ucrânia desde que o conflito eclodiu em 2014, logo após a anexação da Crimeia pela Rússia, algo que o Kremlin nega.

Por que agora?

Nos últimos meses, essa não é a primeira vez que a Rússia posiciona tropas na fronteira com a Ucrânia. Em abril, o país mobilizou cerca de 100 mil militares, ação militar vista como uma mostra de força antes da primeira reunião entre Vladimir Putin e Joe Biden, em junho. Para alguns analistas, a Rússia estaria usando a mesma tática neste momento, já que Moscou e Washington discutem organizar uma nova reunião presencial. Há também alegações de que a Rússia estaria enviando uma mensagem depois que a Ucrânia usou drones feitos pela Turquia, país membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), no final de outubro.

O que Putin quer?

Recentemente, Putin acusou o Ocidente de alimentar a tensão com exercícios militares no Mar Negro (onde está localizada a Península da Crimeia) e de entregar armas modernas a Kiev. Há uma semana, Putin convidou o Ocidente a negociar “garantias legais” de que a Otan não se expandirá para o Leste, já que Putin não quer que a Ucrânia se junte à aliança militar. Além disso, em um artigo publicado em julho, ele acusou o Ocidente de cultivar o sentimento antirrusso na Ucrânia. Russos e ucranianos formam “um só povo”, escreveu Putin, com “laços espirituais, humanos e civilizacionais” desde “vários séculos”.

Como o Ocidente reage?

EUA, Reino Unido, Otan e União Europeia advertiram repetidamente Moscou sobre as consequências de uma invasão.

Quais os riscos de invasão?

A Rússia classificou as acusações contra ela de “histeria”. Putin lembrou esta semana que nenhuma invasão ocorreu após a mobilização de abril. O analista do think tank Carnegie Moscou, Alexander Baunov, disse à AFP que dificilmente se poderia “imaginar uma invasão sem motivo”.

Mundo

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2021-12-08T08:00:00.0000000Z

2021-12-08T08:00:00.0000000Z

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