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PASSOS NA DIREÇÃO DA RETOMADA

CARMEM ANGEL carmem.jacob@oglobo.com.br

Com o avanço da vacinação contra a Covid-19, os brasileiros dão novas mostras de que querem voltara viajar. A pesquisa por passagens aéreas nacionais maisque dobrou entre junho e setembro em comparação como mesmo período de 2020, e ore flexos e vê nos preços, que, por sua vez, estão 36% mais altos. Para voos internacionais, os valores tiveram uma queda discreta, de 8%, enquanto as buscas triplicaram, impulsionadas pela flexibilização da entrada de brasileiros na Europa enos Estados Unidos.

Os dados são do estudo anual Barômetro, do buscador Viajala.com.br, que faz um diagnóstico do mercado aéreo no Brasil ena América Latina. A pesquisa analisou mais de sete milhões de buscas de voos entre junho e setembro de 2021 e comparou os resultados com os mesmos meses de 2020, quando o Brasil vivia o primeiro pico da doença.

—As pessoas precisam sair e viver experiências, criar conexões, compartilhar culturas, e estão sedando conta disso agora, depois de tanto tempo isoladas por causada pandemia —afirma Thomas Allier, CEO e cofundador do Viajala. — O turista se sente mais seguro e quer compensar este ano em que não pôde viajar.

A procura por voos nacionais aumentou 164%. Além da grande demanda, a alta do preço dos combustíveis e a inflação fizeram o custo dos bilhetes subir, aponta Allier.

A altano preço das passagense o maior controle da Covid-19 fizeram com que os viajantes voltassem aplane jaros voos nacionais com alguma antecedência, diferentemente do que aconteceu no ano passado, quando os planos eram mais, digamos, improvisados. Segundo a pesquisa, a média de tempo entre a procura pela passagem e a data do embarque nas viagens na cio nai sé de 26 dias ,13% amais do que em 2020.

SONHOS REAIS

Nosvo os internacionais, esse tempo de antecipação caiu 27%, passando para uma média de 76 dias, o que significa que os passageiros estão buscando viagens para períodos mais próximos. Para Allier, isso acontece porque, co mare aberturadas fronteiras para brasileiros, os planos de viagem deixam se ser apenas projeções e se tornam mais reais, especialmente coma liberação da entrada de pessoas vacinadas com a Coronavac nos Estados Unidos.

—No ano passado, as buscas para fora do Brasil eram mais inspiracionais. As pessoas estavam procurando, mas poucas comprando de fato. O que se vê agora são turistas realmente interessados em viajar — diz, lembrando que países como Espanha, França e Portugal também começaram a receber brasileiros vacinados desde a metade do ano.

A pesquisa projeta ainda os destinos mais buscados para o pós-pandemia, quando a maioria da população da América Latina já estiver com o esquema vacinal completo.

Entre os destaques dentro do país estão Natal, no Rio Grande do Norte, e João Pessoa, na Paraíba, com crescimentos acima da média nacional nas buscas de voos.

Entre os destinos internacionais, o destaque é Montevidéu, que teve um boom na ferramenta de busca —vale lembrar que o Uruguai anunciou que liberaria em novembro a entrada de brasileiros totalmente vacinados. Argentina e Chile, que já vêm reabrindo fronteiras, também estão na rota buscada pelos brasileiros.

No caso de voos partindo de São Paulo e Rio de Janeiro, as pesquisas por passagens para o Porto aumentaram e acidade portuguesa está entre um dos destinos mais buscados, juntamente coma campeã Lisboa. Já para os Estados Unidos, Orlando teve um aumento em buscas saindo da capital paulista, enquanto a procura por Miami cresceu em voos partindo do Rio.

A tendência de reativação do turismo no Brasil é indicada ainda por números do IBGE, que apontam que o mês de setembro teve uma recuperação de 75% no número de voos em comparação ao mesmo mês de 2019, antes da crise sanitária. Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostram que o turismo registrou crescimento pelo quinto mês

DIVULGAÇÃO/VLADEMIR ALEXANDRE/MINISTÉRIO DO TURISMO consecutivo em agosto, e a menor perda mensal desde março de 2020.

Para o CEO do Viajala, a previsão é de que o turismo se aproxime da recuperação total entre o segundo e o terceiro trimestre de 2022, com a volta das viagens internacionais, mas ainda há desafios pela frente, como a alta do dólar e dos combustíveis.

— Ainda temos restrições locais em alguns países, como China e Austrália. Mas acredito que, com a situação endêmica da Covid-19, a tendência de reabertura continue — diz. — Aqui no Brasil e na América Latina temos ainda a questão financeira, já que muitas pessoas perderam suas rendas, mas há também as famílias que deixaram de viajar no ano passado e conseguiram juntar dinheiro.

A TRABALHO

Enquanto o mercado turístico dá sinais de recuperação com as viagens de lazer, o turismo de negócios, que sofreu uma queda de quase 90% durante a pandemia, ainda retorna a passos lentos. Com a maior adaptação das empresas ao modelo home office ,as viagens corporativas vêm se tornando menos frequentes e novas configurações de trabalho ganham espaço, como os “nômades digitais”, que preferem passar temporadas longas no destino.

Assim, as viagens curtas que antes eram compradas em cima da hora, com altos lucros para as companhias aéreas, estão dando lugar a viagens flexíveis e mais organizadas — esses “nômades” gastam menos nas passagens de última hora, mas ficam mais tempo no destino, o que representa um gasto importante, destaca o CEO. Para ele, o setor foi bruscamente afetado, mas há espaço para recuperação com essas novas tendências de trabalho.

PESQUISA INDICA QUE BRASILEIROS ESTÃO BUSCANDO MAIS VOOS NA INTERNET, E DESTINOS COMO NATAL E MONTEVIDÉU ESTÃO EM ALTA

Segundo Caderno

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2021-10-28T07:00:00.0000000Z

2021-10-28T07:00:00.0000000Z

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