Infoglobo

CRIADOR DE VILÕES QUE O PÚBLICO AMOU ODIAR

NELSON GOBBI E EMILIANO URBIM segundocaderno@oglobo.com.br

Autor de novelas clássicas da TV brasileira, Gilberto Braga faria aniversário na segunda-feira, dia 1º de novembro. Nos últimos dias, no entanto, ele passou a enfrentar uma infecção sistêmica a partir de perfuração de esôfago, e não resistiu às complicações. Internado no Hospital Copa Star, em Copacabana, morreu na terça-feira, aos 75 anos.

Casado com o decorador Edgar Moura Brasil, o autor carioca, ao longo de sua carreira, toda construída na TV Globo, criou vilões que entraram para a história da teledramaturgia. A seguir, uma lista de personagens inesquecíveis que o Brasil amou odiar.

LEÔNCIO ALMEIDA

(Rubens de Falco), “Escrava Isaura” (1976). Leôncio já existia, claro, no romance de Bernardo Guimarães de 1875, mas Gilberto Braga lhe deu doses extras de vilania. Apaixonado por Isaura, ao não ser correspondido, ele se apodera da carta de alforria deixada pela mãe da escrava branca e torna sua vida um inferno. Exibida em mais de 80 países, a novela foi um sucesso mundial.

YOLANDA PRATINI

(Joana Fomm), “Dancin’ Days” (1978). Norma Bengell chegou agravar algumas cenas, mas acabou sendo substituída por Joana Fomm, que brilhou no papel da social iteque criava todo tipo de obstáculo para separar sua irmã, Júlia (Sonia Braga), recém-saída da cadeia, da filha, Marisa (a jovem Gloria Pires). Joana Fomm já contou que, por conta das maldades da personagem, recebia insultos quase diariamente.

ODETE ROITMAN E MARIA DE FÁTIMA

(Beatriz Segall e Glória Pires), “Vale Tudo” (1988). Odete era uma aristocrata carioca que odiava o Brasil, os brasileiros (“Isso aqui é uma mistura de raças que não deu certo”) e todos que se colocassem em seu caminho. Isso incluía Maria de Fátima (Glória Pires), jovem trambiqueira que traiu até a própria mãe para ascender socialmente —casando-se com Afonso (Cássio Gabus Mendes), filho de Odete. Mas, após estranhamento inicial, elas acabaram criando uma aliança. No final, o Brasil parou para responder: “quem matou Odete Roitman?”

FELIPE BARRETO

(Antônio Fagundes), “O dono do mundo” (1991). O cirurgião plástico bem-sucedido e inescrupuloso, além de corrupto, queria corromper todos em volta. No dia do casamento de um funcionário, Walter( Tadeu Aguiar ), Felipe aposta comum amigo que levará a noiva virgem, Márcia (Malu Mader), para acama antes do marido. Após manipular uma série de acontecimentos, ele vence a aposta. Walter, após flagrara noiva nos braços de seu chefe, praticamente se mata num acidente de carro. Já Márcia é descartada. Isso tudo apenas na primeira semana de novela. Mais um clássico.

LAURA DA COSTA

(Cláudia Abreu), “Celebridade” (2003). Esta era uma vilã com certa justificativa: tudo o que Maria Clara Diniz (Malu Mader) conquistou devia ser de sua mãe. Ela foi a verdadeira musa da canção que tornou Maria Clara rica e famosa, enquanto Laura e sua mãe cresceram na miséria. A vilã trama com o michê Marcos (Márcio Garcia) para destruí-la e tomar tudo que é dela —e consegue. Um dos momentos marcantes na tramaéa cena em que, após perder tudo, Maria Clara encontra Laura num banheiro e parte para a ignorância. É considerada uma das maiores surras da teledramaturgia brasileira —total de 28 tapas.

OLAVO NOVAES

(Wagner Moura), “Paraíso tropical” (2007). Inteligente e ambicioso, Olavo não suportava ofato de Antenor( TonyRamos)p referir Daniel( F abi o Assunção) na sucessão do Grupo Cavalcanti, e buscava prejudicá-lo de todas as formas. Mas este vilão tinha um grande, sensual e explosivo amor: Bebel (Camila Pitanga), uma prostituta de bom coração e mau julgamento que foi cúmplice de todos os seus planos até o fim.

Segundo Caderno

pt-br

2021-10-28T07:00:00.0000000Z

2021-10-28T07:00:00.0000000Z

https://infoglobo.pressreader.com/article/282372632825646

Infoglobo Conumicacao e Participacoes S.A.