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Live debate papel de ídolos e professores na formação do atleta

Giovane Gávio, Ana Moser e Rogério Minotouro abordam importância que ex-atletas têm como referência para futuros talentos do Brasil

GIULIA COSTA giulia.costa.rpa@edglobo.com.br

Todo grande atleta tem um mestre por trás de suas conquistas. Para celebrar a importância dessa relação, no mês dos professores, o projeto Interolímpico realizou mais uma live sobre o futuro do esporte do país. O encontro virtual de ontem contou com a participação de grandes campões do esporte brasileiro e fechou a série “Bate-Papos Digitais”, que fez parte da 39ª edição do Intercolegial.

A terceira e última edição da série de lives trouxe o tema “Ídolos e professores: a importância dos ex-atletas na nova função de formadores”. Os convidados foram Ana Moser, presidente do Instituto Esporte e Educação; Giovane Gávio, consultor de Esportes do Sesc RJ; e Rogério Minotouro, fundador do Instituto Irmãos Nogueira. A mediação foi do repórter do GLOBO Bruno Marinho.

Profissionais consagrados como atletas e treinadores, eles aceitaram o convite para debater sobre o novo ciclo olímpico, sob o olhar de quem comanda projetos sociais que incentivam a prática esportiva entre os jovens.

—As minhas experiências certamente me ajudam a inspirar esses jovens a buscar no esporte, acima de tudo, um meio de se expressar, de sentir alegria e prazer na prática de alguma atividade — disse Giovane, que é bicampeão olímpico de vôlei, tetracampeão da Liga Mundial e técnico com diversas conquistas no currículo.

O ex-atleta comentou sobre a motivação de continuar lutando pelo crescimento do vôlei brasileiro.

— Vivi um momento importante com meus ídolos na minha época, e talvez nisso esteja esse grande desejo nosso de compartilhar, de continuar se sentindo útil e inspirar outras pessoas a lutar pelos seus sonhos e propósitos.

Já Rogério Minotouro, referência nas artes marciais desde o início do século, acredita na importância de valorizar o professor.

— O desafio do professor não é lapidar o talentoso, é pegar o menino mais desengonçado e fazer ele continuar no esporte pela persistência. Quanto mais crianças a gente conseguir atingir e conseguir colocar no esporte, mais vai estar feliz —afirma ele, que também ressalta a importância do papel do ídolo nesse processo. — O mestre é aquele que teve sucesso no pódio e agora quer dar essa continuidade com as crianças. O atleta, depois que se aposenta e se envolve em projetos como esse, traz uma imagem que engaja e envolve as crianças.

POLÍTICAS PÚBLICAS

Uma das protagonistas da primeira medalha olímpica do vôlei feminino brasileiro, Ana Moser falou sobre as dificuldades de manter um projeto de formação de atletas.

—Eu fui tocando o instituto em paralelo com a minha carreira e outros projetos. E quando vi, deu muito certo, porque era muito necessário. É algo muito carente no Brasil, porque não temos base. Além da desestruturação das categorias de base, é ainda pior na formação esportiva — disse ela. — Como somos um país que não tem essa cultura de atividade motora, a gente não fala sobre isso. Nesse contexto, não é fácil sustentar uma instituição social ou projetos como esses, é realmente uma luta diária de buscar esse espaço.

Giovane Gávio também destacou a falta de políticas públicas para valorizar e difundir a prática esportiva na sociedade brasileira.

— Acho que o principal desafio nosso é a união de esforços em diversas áreas. O esporte deve sim fazer parte de um processo no qual a educação, a saúde e a segurança pública ganham. E isso não pode ser uma queda de braço apenas nossa. A gente sempre vai manter esse movimento tentando quebrar as barreiras, mas isso precisa ser feito de cima para baixo de uma forma mais firme, e assim os resultados vão ser interessantes — disse o exjogador. — A gente talvez nem queira ser necessariamente uma política pública prioritária, mas quer que seja reconhecida a nossa importância dentro desse processo de formação de uma sociedade melhor.

Todos os bate-papos digitais estão disponíveis no canal do YouTube e no Facebook do GLOBO.

A série de lives faz parte do Intercolegial, um projeto realizado pelo GLOBO em parceria com o Sesc RJ. A edição de 2021 da tradicional competição escolar começou em outubro, sob um rigoroso protocolo contra a Covid-19 elaborado pelo Sírio-Libanês.

“Vivi um momento importante com meus ídolos na minha época, e talvez nisso esteja esse grande desejo nosso de compartilhar” Giovane Gávio, ex-atleta, bicampeão olímpico de vôlei

“Não é fácil sustentar uma instituição social ou projetos como esses, é realmente uma luta diária de buscar esse espaço”

Ana Moser, ex-atleta, medalhista olímpica de vôlei

Esportes

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2021-10-28T07:00:00.0000000Z

2021-10-28T07:00:00.0000000Z

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