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Israel aprova construção de milhares de casas na Cisjordânia

Expansão de colônias foi alvo de primeiro crítica de Biden ao novo governo

JERISALÉM

Israelavanç ou ontem em seus planos de construção de 3.144 casas para colonos na Cisjordânia ocupada, anunciou o Exército. A confirmação acontece um dia depois de os Estados Unidos criticarem fortemente os planos de ampliação dos assentamentos, na mais dura crítica até agora da Casa Branca de Joe Biden a uma política do governo do premier Naftali Bennett, que tomou posse em junho.

Segundo um funcionário da Defesa israelense, um fórum de planejamento do governo que supervisiona as questões civis de Israel nos territórios palestinos concedeu a aprovação final para projetos de construção de 1.800 casas e a aprovação preliminar para a construção de mais 1.344 unidades habitacionais. Caberá ao ministro da Defesa Benny Gantz, um centrista no governo politicamente diverso de Bennett, dar o aval para a emissão de licenças de construção, com mais fricções com Washington sendo esperadas.

Na terça, os EUA disseram estar “profundamente preocupados” com os planos de Israel. O governo americano classificou tais medidas como prejudiciais para as perspectivas de uma solução de dois Estados para o conflito israelo-palestino e disse que se opõe fortemente à expansão dos assentamentos. Washington deixou de lado essas críticas quando Donald Trump comandava a Casa Branca. Os projetos constituem o primeiro grande teste da política de Biden em relação a Israel e às colônias na Cisjordânia, que são ilegais pelas lei internacional.

DEBATE DO ORÇAMENTO

Em comunicado, a Presidência da Autoridade Nacional Palestina condenou a aprovação das novas habitações, que ameaçam “ainda mais” a solução de dois Estados, e pediu que os EUA se opusessem a medidas “unilaterais”. A ONG israelense Paz Agora, que se opõe à política de ampliação dos assentamentos, também condenou os novos projetos. “O governo [israelense] traiu seus compromissos de manter o status quo ao avançar com projetos de destruição e impulsionar a colonização”, afirmou a ONG.

Cerca de 475 mil colonos israelenses vivem na Cisjordânia, território militarmente ocupado que também é lar de 2,8 milhões de palestinos. Nos últimos anos, as construções foram aceleradas sob impulso do ex-premier Benjamin Netanyahu, que ficou 12 anos no poder e suspendeu as negociações com os palestinos. O atual premier é de ultradireita, mas seu Gabinete reúne da direita a partidos de esquerda e uma sigla árabe. O anúncio de ampliação das colônias acontece quando o governo debate a aprovação do Orçamento de 2022 . Caso não sejabem-sucedido na tentativa, isso levará à convocação de novas eleições.

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2021-10-28T07:00:00.0000000Z

2021-10-28T07:00:00.0000000Z

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