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Espaço que é patrimônio afetivo dos moradores poderá passar para administração municipal

Patrimônio afetivo dos moradores, espaço para almoçar, beber um chope e comprar f lores, vinhos ou frutas poderá passar para administração municipal

Quem frequenta a Cobal do Humaitá diariamente com certeza tem seu hortifrúti preferido ou sabe onde compraras flores mais bonitas para enfeitar acasa. Já os boêmios têm a certeza de encontrar um chope bem gelado ou os bons vinhos que sempre estiveram presentes nos armazéns. Tradição e novidade coexistem no lugar queéac arade Botafogo e Humaitá, mas que há anos enfrenta o abandono do poder público e chegou até a ser ameaçado de fechamento. A quatro meses de comemorar 50 anos, no entanto, a Cobal pode iniciar uma nova fase. De acordo coma Com há panhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, responsável pela administração do espaço, há um processo de parceria com a Prefeitura do Rio para tentar viabilizar a concessão do imóvel, e um grupo de trabalho está desenvolvendo o planejamento da ação.

Caso se concretize, a parceria significará uma vitória para os empresários da Cobal. Mediante a ameaça de fechamento, a presidente da Associação dos Empresários da Cobal do Humaitá e do Leblon, Milene Bedran, afirma que a Conab demonstra desinteresse pelo espaço, e os comerciantes enfrentam dificuldades que vão desde a tentativa de renovação da licença para funcionar no local até esforços inócuos para a quitação de débitos.

— O estacionamento, por exemplo, está fechado há 15 meses, o que aplacou nos comerciantes uma perda de 45% do faturamento — conta Bedran.

No ano passado, os lojistas receberam ordens de despejo enviadas pela Conab, e a Associação promoveu uma petição on-line, que obteve 18 mil assinaturas, pela manutenção do espaço. Em dezembro, a presidente da associação se reuniu em Brasília com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para falar sobre a situação da Cobal. Também participaram da reunião, remotamente, o prefeito Eduardo Paes e o governador em exercício, Cláudio Castro.

— A Cobal tem 80 pontos comerciais, e hoje há menos de 20 ocupados. Geramos 2,5 mil postos de trabalho entre diretos e indiretos, tendo capacidade de gerar oito mil — lamenta a presidente da associação.

INOVAÇÃO

O proprietário da Mercearia Dom Luiz, que já foi uma delicatessen e hoje funciona como wine bar, André Pereira, assumiu quatro anos o ponto que pertencia à família havia quase 30, mudando o perfil do empreendimento. Aplica um novo conceito com o vinho a quilo (pesado na balança), serve ostras frescas e se equilibra entre se reinventar e enfrentar os problemas de infraestrutura da Cobal, que incluem até falta de banheiros. — Felizmente tem uma Cobal ressurgindo com novos empreendimentos, que se somam aos antigos — destaca Pereira, acreditando num período promissor.

Já Rogério Vidigal chegou à Cobal em 1985, com uma pequena padaria que se tornou o Empório Farinha Pura, e ampliou seus negócios com a Oba Festas, o Raro Bar & Grill e o Cedros. A situação atual, no entanto, preocupa o empresário. — Estamos sobrevivendo com muito delivery, apesar das dificuldades, ainda mais com o estacionamento fechado — sublinha.

“FELIZMENTE TEM UMA COBAL RESSURGINDO COM NOVOS EMPREENDIMENTOS, QUE SE SOMAM AOS ANTIGOS”

ANDRÉ PEREIRA

Proprietário da Mercearia Dom Luiz

Zona Sul Para Viver | Rj Botafogo

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2021-05-08T07:00:00.0000000Z

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