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Variedade e inovação atraem diversas tribos

Bares e restaurantes tradicionais se reinventam para garantir a diversão mesmo durante a pandemia

Considerado pela revista “Time Out” um dos bairros mais cool do mundo, o único do Brasil em uma lista de 50, Botafogo é contemporâneo, divertido, e também é democrático. Os bares e restaurantes dos circuitos boêmios da região seguem e lançam tendência, mas mantêm a tradição dos bares que sobrevivem às rápidas mudanças e seguem firmes e fortes, apesar da pandemia que afetou a noite carioca e de todo o planeta. Para o presidente do Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro (SindRio), Fernando Blower, que também é sócio do Meza Bar, na Capitão Salomão, a expansão imobiliária nos anos 2000 e os imóveis bonitos a preços razoáveis foram alguns dos fatores que atraíram empreendimentos descolados para o bairro.

— Minha história se confunde com o renascimento de Botafogo. Quando prohoras curei um bar cosmopolita, mais jovem, mais descolado, optei pelo bairro, porque o local passava por uma expansão imobiliária que atraía jovens bem-sucedidos, na casa dos 30 anos. O valor de ponto razoável, aliado a esse público bem-sucedido, também estimulou novos empreendedores. É um bairro muito residencial e comercial, muito arquiteto, profissional de audiovisual, clínicas e profissionais bem remunerados trabalham na região — explicou o empresário.

REFERÊNCIA

Com drinques criativos e variados, pratos e petiscos da chef Andressa Cabral e o espaço contemporâneo, o Meza se tornou referência e acumula prêmios ao longo dos anos. Na mesma Capitão Salomão, pertinho da Visconde de Caravelas, o Fuska Bar se consagrou pelas atrações musicais gratuitas na calçada, tira-gostos tradicionais e cervejas pielsen.

Na Nelson Mandela, botecos tradicionais, como o Colarinho, investem na clássica fórmula que reúne chope gelado, bons drinques e opções de comida de botequim. Entre os diferenciais do local estão as 33 torneiras de chope artesanal.

Na Paulo Barreto, pertinho de diversas empresas instaladas em Botafogo, o Cabidinho ganhou fama ao ficar aberto 24 quando a pandemia era apenas tema de filme de ficção, com cardápio variado, sanduíches e cerveja sempre gelada. Na mesma rua, a Adega da Velha oferece o serviço clássico de um bom boteco e um cardápio de comida nordestina de primeira. Na Álvaro Ramos, um casarão com uma área livre abriga a casa de rock mais antiga do Rio, o Bar Bukowski. Com DJ, sinuca e diversos ambientes, o espaço é puro deleite para os amantes de um clássico rock ‘n’ roll, mas, com a pandemia, só o bar está funcionando.

Um dos points de Botafogo que mais cresciam antes da pandemia era justamente a Álvaro Ramos, com diversos bares que uniam o bom cardápio ao ambiente descolado, além de novidades como cervejarias. Como boa parte dos estabelecimentos ainda estava se firmando quando a Prefeitura do Rio começou a impor medidas restritivas para diminuir o número de casos de coronavírus, muitos bares e restaurantes fecharam. O mesmo aconteceu com a Arnaldo Quintella. Para Fernando Blower, o circuito de boemia mais antigo, que se concentra na Capitão Salomão, na Conde de Irajá e na Visconde de Caravelas, com bares tradicionais como o Aurora e o Plebeu, e restaurantes que deram novos ares ao bairro, é fundamental para a retomada da vida boêmia quando a normalidade voltar. — Ainda é um momento de reestruturação do setor de alimentação no Brasil. Eu acho que todo negócio hoje chega com um olhar mais voltado para o digital, com delivery, e cada vez mais os clientes buscam valor e não apenas preço. O que vai pesar mais é o relacionamento com o cliente.

Zona Sul Para Viver | Rj Botafogo

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2021-05-08T07:00:00.0000000Z

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