Mudanças no Globo de Ouro para aumentar a diversidade

Associação de Imprensa Estrangeira não tinha jornalistas negros; novas regras vetam presentes

AAssociação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (conhecida como HFPA, sigla do nome em inglês, Hollywood Foreign Press Association), que organiza o Globo de Ouro, aprovou na quinta-feira mudanças para aumentar a diversidade do grupo e tornar mais transparente o processo de indicação dos concorrentes e a escolha dos vencedores. Entre as medidas, estão a contratação de um diretor de diversidade, para enfatizar o recrutamento de jornalistas negros. Além disso, a associação terá pelo menos 20 novos membros nos próximos 18 meses, unindo-se aos 87 atuais. “A votação esmagadora de hoje para reformar a associação reafirma nosso compromisso com a mudança”, disse o presidente da HFPA, Ali Sar, em comunicado. O conselho da HFPA propôs as mudanças no início da semana. Acredita-se que as transformações são consequência de uma reportagem do jornal Los Angeles Times, que apontou a ausência de negros no júri do Globo de Ouro e levantou questões éticas sobre as relações estreitas entre a HFPA e os estúdios de cinema, que poderiam influenciar a escolha dos indicados e dos vencedores do prêmio. A polêmica ofuscou a cerimônia do Globo de Ouro, que aconteceu em fevereiro. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pelo Oscar, passou por um movimento semelhante em 2020.

As novas regras exigem que os membros do HFPA parem de aceitar presentes dos estúdios de cinema e TV e que o grupo divulgue uma lista pública de membros, com links para suas credenciais. A controvérsia surgiu também em torno da informação de que membros do júri aceitam viagens, hospedagem em hotéis cinco estrelas, jantares e outros presentes dos estúdios. “Entendemos que o trabalho árduo começa agora”, disse Sar. “Continuamos empenhados em nos tornar uma organização melhor”.