Paris segura

(A propósito de “Como a França trata quem chega do Brasil”, de Ruth de Aquino, 7 de maio) Ficamos torcendo por quem está na frente de batalha. Quando não é um ator ou atriz, é uma jornalista que vai ver o mundo de perto. O que vivemos aqui no Brasil é insano. Como autora e editora, imagine o que passo. Depois de um ano de pandemia/ confinamento/ restrições, as pessoas estão ainda mais desesperadas. A vacina trouxe um alento, e acho até engraçado todo mundo dizer que vai virar jacaré. A ameaça virou piada, como tantas outras coisas no Brasil. Uma amiga que mora na Austrália nos perguntou o que isso queria dizer. Ela não viu Bolsonaro dizer que não sabia qual seria o efeito da vacina, se iria virar jacaré ou começar a falar fino. Mas a turma dos sobreviventes (depois de mais de 416 mil mortos + Paulo Gustavo) está torcendo para que tudo isso passe. O mundo mudou, de fato, para melhor e para pior — quando as pessoas colocaram a máscara, as máscaras caíram.

THEREZA CHRISTINA R. DA MOTTA RIO