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AS HISTÓRIAS DE SEIS DOS MORTOS Rômulo Oliveira, de 29 anos

Marlon Santana de Araújo, de 23 anos

A mãe do rapaz afirma que ele trabalhava como mototáxi e era um dos 15 homens em uma casa no Beco do Caboclo. Por telefone, Marlon pediu ajuda à família. A mãe relata que chegou a seguir para o local, mas foi impedida por policiais de chegar perto do barraco onde o grupo estava. De acordo com a viúva, ele era um dos sete homens flagrados pelo helicóptero da TV Globo entrando em casas de moradores enquanto fugiam. Taynara Paes, de 22 anos, afirma que todos tentarem se render, mas acabaram mortos. Ela conta que o companheiro já havia sido preso antes.

Natan Oliveira de Almeida, de 21 anos

Parentes dizem que ele era estudante. Natan estaria com amigos em uma viela da comunidade, quando foi surpreendido pela chegada dos policiais. Com medo, os familiares afirmam que ele tentou correr, mas foi baleado e morreu. Após a operação, a família saiu em busca de informações sobre o paradeiro do rapaz. Passaram pelos hospitais Souza Aguiar, no Centro, e Salgado Filho, no Méier, onde foram informados de que não havia corpo algum. Um PM baseado na unidade de saúde, contudo, alertou que dois homens deram entrada mortos no hospital. Um deles era Natan.

Isaac Oliveira, de 22 anos

Um primo do rapaz, também morador do Jacarezinho, conta ter recebido um vídeo que mostra Isaac ainda vivo, dentro de uma casa, depois de levar dois tiros nas costas. Segundo Guilherme Ramon, os policiais cercaram o imóvel, onde também havia uma segunda pessoa baleada, e entraram. Ele foi até o local, mas o primo já havia sido colocado dentro do blindado. “Quando o achei no Salgado Filho, ele estava com outra marca de disparo, mas no peito. A pessoa tem direito à vida. Ele poderia ter sido preso, não executado”, lamenta Guilherme.

Cleiton da Silva, de 27 anos

A viúva diz que ele estava “no lugar errado, na hora errada”. Quando o tiroteio começou, Cleiton teria fugido correndo, junto com outras pessoas, e entrou em uma casa em busca de abrigo. A família afirma que, após levar um tiro na perna, ele acabou baleado novamente, já depois do fim do confronto. “Botaram o pessoal no banheiro e atiraram em todo mundo”, denuncia a viúva.

Pedro Donatto de Sant’Anna, de 25 anos

Moradora da Mangueira, a mãe conta que chegou ao Jacarezinho à tarde e pediu aos policiais para checar se um dos mortos nos blindados era seu filho, mas foi impedida. "Eles faziam várias viagens dentro da favela recolhendo os corpos, todos rindo", lembra a idosa, que afirma que "não queria saber com quem o filho se envolvia".

Rio

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2021-05-08T07:00:00.0000000Z

2021-05-08T07:00:00.0000000Z

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