Desmatamento na Amazônia teve pior abril da série histórica

Inpe aponta piora de 42% nos números em relação ao mesmo mês em 2020

OdesmatamentonaAmazônia atingiu em abril o pior índice para o mês já registrado na série histórica desde 2015, segundo dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os alertas abrangeram uma área de 580,55 km², equivalente a 58milcamposdefutebol,conformemediçõesdoSistemade Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter). Os dados mostram que o desmatamento na região em abril cresceu 42% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram detectados alertas numa área de 407 km². Mar cio As trini, secretário executivo do Observatório do Clima, diz que os dados mostram que as promessas de combater o desmatamento feitas pelo presidente Jair Bolsonaro na Cúpula do Clima, em abril, foram “absolutamente vazias”.

—Os relatos que agente ouve no chão d aflores taé que a Amazônia virou uma espécie de parque de diversões de criminosos ambientais. Não existe fiscalização, plano de combate, nem ao menos uma postura que intimide —diz Astrini. —Os sinais do governo que chegam para o crime organizado, madeireiros ilegais e grileiros é de que eles nunca tiveram momento tão favorável. Ele chama a atenção para o prejuízo na imagem internacional do Brasil. A alta no desmatamento pode atrapalhar o país a acessar verbas bilionárias, como da coalizão Leaf, de Reino Unido, Noruega e grandes empresas privadas.

— O Brasil fica fora do jogo do meio ambiente e perde recursos importantes. Essa postura atrapalha negócios, tanto que o acor dodo Mercosul com a União Europeia está parado —afirma o especialista. A engenheira florestal Janaína Dallan, do time de especialistas da ONU para Mudanças Climáticas e CEO da Carbonext, diz que o aumento do desmatamento impacta as metas do país de diminuir em 43% as emissão de gases do efeito estufa até 2030. —O Brasil deveria começar a reduzir uma média de 5% ao ano de emissões —diz Dallan. Em nota, o Observatório do Clima (OC) diz que os dados “desmentemo governo federal ”, que comemorou aqueda de cerca de 15% nos alertas entre agosto de 2020 e abril de 2021 (em relação ao mesmo período anterior), como resultado da ação do Exército. “Os alertas têm oscilado mês a mês para cima e para baixo, o quemos traque não existe uma política consistente ou uma ação sustentada da administração federal para controlara devastação”, disse o OC. O território anal isad oéo da Amazônia Legal, que corresponde a 59% do território brasileiro e engloba Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e parte do Maranhão. Em 2020, o desmatamento anual atingiu 11.088 km², índice recorde desde 2008.